O Patriarcado de Lisboa quer apostar na pastoral juvenil e universitária, auxiliar as IPSS a “elaborar uma estratégia” para ajudar a enfrentar “desafios administrativos e de identidade cristã”, e iniciar uma reflexão sobre a criação de unidades pastorais.
O caminho sinodal que o Patriarcado de Lisboa iniciou em 2014, terminou hoje com a apresentação do documento final «O sonho missionário de chegar a todos» que apresentou cinco opções estratégicas, reunindo participantes do caminho em Assembleia de Avaliação da Receção do Sínodo.
“Dar continuidade ao processo de receção da constituição sinodal, promovendo dinâmicas sinodais e tendo-a como referência para o discernimento dos critérios de ação e orientação pastoral da diocese; Favorecer dinamismo evangelizador da Igreja diocesana, proporcionando verdadeiras experiências de anúncio do Evangelho no contexto da preparação e vivência da JMJ 2023”, foram linhas apresentadas pela equipa redatorial do documento final.
Os quatro relatores do documento final apresentaram o desafio de apostar na pastoral juvenil e universitária, com “a criação de espaços de referência, com pessoas e meios, onde se desenvolva uma iniciação à vida espiritual”.
O documento final reconhece os “desafios que as Instituições Particulares de Solidariedade Social enfrentam, do ponto de vista administrativo e estratégico”, mas reconhecem também desafios na sua “identidade cristã”, indicando a importância de iniciar uma reflexão que ajude as IPSS a continuar a desenvolver o seu trabalho.
Iniciar uma reflexão sobre “a criação de diversas unidades pastorais”, atendendo a uma possível reconfiguração, foi outra opção estratégica apresentada.
O cardeal patriarca de Lisboa reconheceu que a vida da diocese, nos próximos dois anos, “será absorvida pela grande realidade da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023”, mas indicou que a sinodalidade se tornou “uma referência habitual, se não mesmo uma realidade comum”.
“O caminho sinodal começou para responder à Evangelii Gaudium, para sermos mais missionários nas comunidades cristãs. Ao longo de sete nós treinamos esta sinodalidade, o gosto de trabalharmos em conjunto, de apurarmos objetivos mais comuns, e coincidimos com a proposta do Papa Francisco, agora em ordem a um sínodo de bispos sobre a sinodalidade”, explicou.
D. Manuel Clemente disse que o documento final, “modesto, mas nosso”, convida a “projetar o futuro” e é oferecido à Igreja universal.
Durante a apresentação do documento, feita em Assembleia de Avaliação da Receção do Sínodo, foi sublinhado a importância do “discernimento” como tarefa da Igreja para tornar efetiva a presença dos cristãos no mundo.
“O documento marca a importância da sinodalidade na vida da Igreja como dimensão constitutiva da sua missão e apresenta a paróquia como o lugar e o ambiente sinodal”, foi ainda apresentado.
Para dar continuidade ao caminho sinodal, foi ainda apresentada a necessidade de reconhecer a “formação bíblica para aprofundar e alimentar a vida pessoal” e a “palavra de deus como o ponto inicial para a missão dos cristãos”.
Os redatores indicaram a “Igreja como uma rede de relações fraternas”, onde os cristãos devem fazer da liturgia o centro da vida pastoral”, e reconhecer “as casas familiares como lugares de celebração da fé”.
“Diante da pandemia, a liturgia surge como o lugar do encontro para motivar ao regresso dos fieis às celebrações”, sublinharam.
Foi ainda sublinhada a necessidade de “transparência na gestão financeira das instituições, quer nas contas como nas relações entre as pessoas”, e a importância da “sinodalidade e comunhão entre padres, entre padres e diáconos, e entre diferentes estruturas da Igreja”.