Mais de cinco mil profissionais de saúde, entram este ano na idade da reforma. Os números são avançados pelo jornal Público que cita dados da Administração Central do Sistema de Saúde.
Destes cinco mil, cerca de 1.900 são médicos de saúde primária, o que para a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo e Sá, pode significar um cenário caótico: “Se, de facto, estes quase dois mil médicos se reformassem, muita da população sobretudo a nível dos cuidados de saúde primários ia ser deixada à descoberta e também alguns dos serviços hospitalares. Portanto, isto seria a verdadeira tragédia.”
A saída destes quase mil médicos iria “deixar um grande buraco no Serviço Nacional de Saúde, uma vez que as saídas “não são compensadas com as entradas", acrescenta a presidente da FNAM.
Joana Bordalo e Sá atribui a responsabilidade por esta situação ao governo e ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, sublinhando que após "19 longos meses de negociação”, nenhuma das partes “teve competência nem vontade política em criar as condições para os médicos ficarem no Serviço Nacional de Saúde".
As unidades de saúde admitem preocupação, apesar de em novembro de 2023, haver mais de 550 médicos aposentados que continuam a trabalhar, segundo informa o Público.
Dos cinco mil profissionais de saúde que este ano atingem os 66 ou mais anos, 1.158 deles são assistentes operacionais e quase 700 são enfermeiros.