Há cinco dias que o estado do Ceará, no Brasil, enfrenta uma onda de violência. Foram incendiados carros e autocarros, prédios públicos e estabelecimentos comerciais vandalizados e até houve uma tentativa de explosão de um viaduto.
A polícia já registou mais de 90 ataques e pelo menos 103 pessoas foram detidas. Tinguá, Pacatuba, Horizonte, Maracanaú, Fortaleza, Caucaia, Pindoretama e Eusébio são as cidades mais afetadas pela violência.
Na quinta-feira, o Palácio Municipal da Prefeitura de Cámara da cidade de Maracanaú teve uma sala invadida e incendiada.
Neste domingo, três centenas de agentes foram mobilizados para o estado do Nordeste do Brasil. "Contamos com um reforço de 300 homens da Força Nacional com 30 viaturas, 100 agentes militares, 50 policiais do Núcleo de Operações Especiais dos Estados e um helicóptero, com duas equipas de apoio aéreo e equipamento de busca nocturna", disse André Costa, secretário da Segurança do Ceará, André Costa, ao site de notícias brasileiro G1.
Os analistas suspeitam que os ataques podem ser uma represália contra as declarações do novo secretário de Administração Penitenciária (SAP) do Ceará, Luís Mauro Albuquerque, que disse que irá endurecer regras nos presídios para combater facções criminosas neste estado brasileiro.
Esta é a primeira grande crise de segurança pública a eclodir no governo Bolsonaro, que não tem o dever constitucional de intervir na segurança, mas fez do tema bandeira eleitoral.
A gravidade da situação é tal que levou o governador Camilo Santana, do PT, a solicitar apoio de Sérgio Moro, o super ministro da Justiça e Segurança. Bolsonaro veio dizer que, apesar do Estado ser PT, não fará oposição ao povo.
Esta vaga de violência no Ceará é o primeiro teste à cooperação com um governo estadual do Partido dos Trabalhadores.