A Congressista republicana Marjorie Taylor Greene anunciou esta quinta-feira com um pedido de destituição de Joe Biden, um dia depois da tomada de posse do novo Presidente dos EUA.
Através da rede social Twitter – que recentemente a suspendeu temporariamente por difundir alegações não fundamentadas de que a vitória de Biden resultou de uma fraude eleitoral – Greene anunciou que o pedido se baseia “nas ações corruptas” de Biden na Ucrânia enquanto vice-presidente e “abuso de poder por permitir que o seu filho, Hunter Biden, recebesse dinheiro dos maiores inimigos da América, a China e a Rússia”.
Recentemente eleita pelo Estado da Georgia, Taylor Greene pertence à ala pró-Trump do partido republicano, e defendeu no passado o movimento 'QAnon' - que vem difundindo um conjunto de teorias da conspiração propagadas por apoiantes do antigo Presidente.
Na nota divulgada, Greene afirma que Biden não tem condições para assumir o cargo de presidente, devido ao seu “extenso e perturbador padrão de abuso de poder enquanto vice-Presidente do Presidente Obama”.
“O Presidente Biden já demonstrou que fará tudo o que for preciso para ilibar o seu filho Hunter e encher os bolsos da sua família com dinheiro de empresas de energia estrangeira corruptas”, escreveu a congressista.
Juntamente com a ala mais pró-Trump do partido republicano, Greene recusou reconhecer a vitória eleitoral de Biden, e já tinha ameaçado apresentar o pedido de destituição.
Dias antes da sessão conjunta no Congresso norte-americano para a confirmação dos votos do Colégio Eleitoral, a 6 de janeiro, Donald Trump ligou a senadores e congressistas republicanos, entre eles Greene, para tentar reverter, no Congresso, a derrota nas eleições presidenciais de novembro.
“Acabei de estar ao telefone com @realDonaldTrump. Ele quer que todos vocês liguem aos vossos representantes e senadores hoje, o dia todo”, escreveu, então, Marjorie Taylor Greene.
Na sequência da invasão do Capitólio, a 06 de janeiro, por manifestantes pró-Trump, o Congresso acabou por aprovar um pedido de destituição do presidente cessante por “incitação à insurreição”, o segundo do seu mandato, que ainda tem de ser confirmado pelo Senado.
Na véspera da investidura de Biden e do início do julgamento político de Trump, o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, condenou a atuação do presidente cessante.
“A multidão foi alimentada com mentiras. Eles foram incentivados pelo Presidente e por outras pessoas poderosas. Eles tentaram usar o medo e a violência para impedir um processo legítimo do primeiro ramo do Governo federal, de que não gostaram”, admitiu McConnell, que foi um dos principais apoiantes de Trump ao longo dos últimos quatro anos.
Este será o primeiro julgamento de ‘impeachment’ de um Presidente que já não está em funções.
A líder democrata da Câmara dos Representantes recusou hoje indicar quando pretendia transmitir ao Senado a acusação contra Donald Trump.