A FNE e a Fenprof não acreditam que o plano do Governo para mitigar a falta de professores nas escolas no próximo ano letivo vá resultar.
Os sindicatos do setor estão a ser recebidos esta quinta-feira no Ministério da Educação para discutir o plano “+Aulas +Sucesso” que passa por, no imediato, recorrer a professores aposentados e em fim de carreira.
"Será ilusório imaginar que todas estas medidas irão resolver a falta de professores neste ou no próximo ano letivo. O número de professores que se aposentam anualmente e o número dos que se formam anualmente não dá resposta às nossas necessidades", alertou Pedro Barreiros, secretário-geral da FNE, à saída da reunião.
Já Mário Nogueira, da Fenprof, igualmente no final do encontro, considera que “pensar que aquilo que está aqui vai reduzir em 90% o número de alunos que não têm os professores todos é acreditar no milagre, porque isso não vai acontecer”.
Nogueira entende que o segredo passa por recuperar os mais de 14 mil professores que, nos últimos anos, deixaram a docência.
“O segredo para o imediato são os mais de 14 mil professores, segundo o Ministério que abandonaram” a docência. O dirigente sindical entende que, enquanto os professores forem colocados “a 400 quilómetros de casa” e tiverem “que pagar para trabalhar” não voltarão à docência.
Assim, Mário Nogueira defende que o Ministério devia estar já a pensar noutras matérias, por exemplo, “discutir os apoios para a deslocação, os apoios para a habitação”.
Os sindicatos da educação voltam a ser chamados no início da próxima semana.