António Fidalgo, amigo e antigo adjunto do selecionador nacional, não vê razões para se questionar a continuidade de Fernando Santos.
Alvo de muitas críticas após a eliminação do Euro 2020, em que Portugal assinou a pior prestação de sempre, Fernando Santos, com contrato até 2024, continua a ter a confiança da Federação para permanecer no comando técnico da seleção, pelo menos, até ao Mundial 2022.
"Não faz sentido que se coloque em causa a continuidade do Fernando Santos. Principalmente depois da forma inglória como saímos do Europeu e de uma derrota ingrata diante da Bélgica. Toda a gente é livre de ter a sua opinião, mas muitas críticas parecem-me pouco sustentadas", diz o antigo guarda-redes, em entrevista a Bola Branca.
Parte das críticas a Fernando Santos focam-se no facto de, em três Europeus e Mundiais, ter vencido apenas três jogos nos 90 minutos. António Fidalgo, também ex-comentador da Renascença, recorda que o selecionador nacional tem saldo positivo ao comando de Portugal:
"Nos 60 jogos oficiais que Fernando Santos esteve no comando da seleção, conseguiu cerca 70% de vitórias, 25% de empates e menos de 10% de derrotas desde 2014. Daí a minha surpresa por estas críticas."
Mensagem que não terá chegado aos jogadores
António Fidalgo contraria a tese de que houve culpa de Fernando Santos por Portugal não ter conseguido evitar a "chave difícil" do Euro e o jogo com a Bélgica nos oitavos de final, que acabaria por ditar a eliminação.
Críticas referentes aos últimos minutos da partida com a França, a última da fase de grupos, que Portugal empatou por 2-2. Vencendo esse jogo, a seleção nacional teria ficado no primeiro lugar do grupo F.
"Nos minutos finais desse jogo e depois de ter falado com alguém da sua estrutura técnica, Fernando Santos terá sabido o resultado do Alemanha-Hungria. Ele tentou, de forma constante, que a equipa subisse e fosse à procura da vitória, gesticulando bastante. A mensagem não terá chegado lá dentro ou os jogadores já estariam demasiado fatigados para atacarem ainda mais. Foi isso que eu vi", assinala António Fidalgo.