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Francisco Ferreira admite, em declarações à Renascença, que será missão quase impossível alcançar as metas do Acordo de Paris para a redução de emissões de CO2.
Um estudo publicado esta terça-feira na revista “Nature Climate Change” reconhece que no pico do confinamento causado pela pandemia, as emissões globais de dióxido de carbono caíram 17%, o que, numa primeira análise, foi olhado como um sinal de esperança.
Contudo, os autores deste estudo revelam que se os países que pararam retomarem a mobilidade e a atividade económica em meados de junho, o mundo chegará ao final do ano com uma redução das emissões na casa dos 4%, um valor que pode subir até aos 7% se algumas medidas restritivas se mantiverem até ao final do ano.
O estudo conclui dizendo que essa quebra anual é comparável à redução de emissões que será necessária, todos os anos, ao longo de décadas, para atingir os objetivos do acordo de Paris.
Francisco Ferreira, da organização ambientalista Zero, sublinha que não se pode desistir, mas reconhece que é uma missão já próxima da utopia.
“Diria que é uma missão quase impossível, mas os cientistas em 2018 fizeram as contas e dizem que é possível lá chegar e evitar um aquecimento superior a 1,5º C.”, diz.
Em relação às dificuldades levantadas pelos autores do estudo, o ambientalista diz que a chave é o abandono dos combustíveis fósseis.
“É preciso tomar medidas estruturais que fiquem e, acima de tudo, a diferença está no uso combustíveis fósseis, nomeadamente o carvão, passando para as energias renováveis. Só isso era uma diferença absolutamente brutal à escala mundial.”
“Portanto é uma missão quase impossível, próximo da utopia, mas não podemos não acreditar que todo o esforço vale a pena. É um caminho que, se não traçarmos, vai ter custos muito elevados no futuro”, sublinha Francisco Ferreira.