A sinagoga Kandoorie, no Porto, foi vandalizada esta quarta-feira.
Em comunicado acompanhado de fotografias, a Comunidade Israelita do Porto (CIP) refere que “a maior sinagoga da Península Ibérica foi vandalizada".
"Os que odeiam Israel manifestam o seu ódio contra os judeus locais”, acrescenta a CIP.
No portão de entrada do edifício alguém pintou a frase “Libertem a Palestina”; nos muros que protegem a sinagoga surge a frase “Acabem com o Apartheid de Israel”, ambas em inglês.
Contactada pela Lusa, a PSP do Porto revelou ter estado no local a tomar conta da ocorrência e a investigar a situação. A força policial adiantou que irá participar a situação.
Por seu lado, a Câmara Municipal do Porto adiantou também à Lusa que está desde as 12h a proceder à limpeza do portão e do muro.
O grupo islâmico palestiniano Hamas desencadeou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel retomou os bombardeamentos à Faixa de Gaza, numa operação que batizou de “Espadas de Ferro”.
Durante a incursão em território israelita, o Hamas fez mais de uma centena de reféns, entre civis e militares, que levou para o enclave palestiniano, sob controlo do Hamas e sob bloqueio económico de Israel desde 2007.
A resposta militar de Israel, que declarou guerra ao Hamas após o ataque, causou a morte de mais de 900 pessoas em Gaza, de acordo com os balanços mais recentes.
Do lado israelita, uma alta patente militar avançou que o número de mortos ultrapassa os mil.
Israelitas de Lisboa condenam mensagens de ódio na sinagoga
A Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) condenou as mensagens de ódio “escritas cobardemente” no muro e no portão da sinagoga do Porto, na sequência do conflito armado entre Israel e o movimento islâmico Hamas.
Em comunicado publicado na rede social Facebook, a CIL afirma que em “Portugal não há espaço nem lugar para intolerância e para o ódio”.
“Os atos de barbárie e de terrorismo praticados pelo Hamas foram e são desumanos e não devem ser confundidos com a causa palestiniana. Não confundimos os terroristas com o povo palestiniano. Não seremos intimidados”, realça.
Considerando o ato de vandalismo revoltante e confiando nas autoridades portuguesas, a CIL adiantou que os autores devem responder “exemplarmente pelos crimes de ódio perante a justiça”.
“Não estamos perante um ato de liberdade de expressão. Estamos no domínio da ofensa, do antissemitismo, do antissionismo e do ataque a uma comunidade religiosa e de pessoas pacíficas. O aproveitamento político do massacre e mutilação cruel de milhares de pessoas é simplesmente abjeto e por isso estamos solidários com a comunidade judaica vítima desta ação deplorável”, acrescenta.
[atualizado às 13h59]