O presidente russo, Vladimir Putin, confirmou esta quarta-feira que irá visitar a China em outubro a convite do homólogo chinês, Xi Jinping, a primeira viagem ao país desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Putin disse estar "encantado" por aceitar o convite feito durante um encontro na Rússia com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, indicou a televisão estatal russa, sem que se tenha adiantado uma data concreta para a visita.
O Kremlin já tinha anunciado a "intenção" de o Presidente russo se deslocar à China para participar no Fórum "Belt and Road", que reúne líderes internacionais.
A Rússia, que foi sancionada pelo Ocidente pela invasão da Ucrânia, tem estado a procurar estreitar os laços económicos, militares e energéticos com Pequim.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, tinha indicado que Putin iria receber Wang Yi e dar-lhe as boas-vindas no "Palácio Constantino em São Petersburgo", no noroeste do país.
Depois de chegar segunda-feira à Rússia, o chefe da diplomacia chinesa manteve conversações com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, tendo ambos elogiado as posições "semelhantes" partilhadas com Pequim sobre os Estados Unidos e sobre o conflito na Ucrânia.
Desde a visita de Xi Jinping ao Kremlin, em março, e perante o crescente isolamento da Rússia, atingida por uma onda de sanções internacionais em retaliação à ofensiva na Ucrânia, Moscovo e Pequim têm vindo a defender uma cooperação económica e militar mais estreita, no âmbito de uma amizade oficialmente descrita como "sem limites".
A China e a Rússia, que partilham o desejo comum de contrariar o que consideram ser a hegemonia dos Estados Unidos, realizaram em agosto passado manobras navais conjuntas no Pacífico.
No que diz respeito ao conflito na Ucrânia, a China está a tentar posicionar-se como um país neutro, apesar de um apoio aberto ao Kremlin.