O secretário-geral das Nações Unidas (ONU) disse esta segunda-feira que a comunidade internacional deve "fazer tudo o que estiver ao seu alcance" para impedir a propagação do Covid-19, epidemia que poderá ter "consequências sérias" para a saúde e economia globais. "Os países devem fazer tudo o que estiver ao seu alcance para responderam à nova estirpe do coronavírus, o Covid-19", afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante uma visita à sede da Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra, na Suíça.
Guterres salientou que o novo coronavírus "pode ser contido e vencido", mas, se não houver esforços da comunidade internacional no sentido de conter a epidemia, "a situação poderá ter consequências sérias e afetar a saúde e a economia" mundiais. O líder da ONU acrescentou que desinvestir na OMS "não é uma questão inteligente", uma vez que esta organização "quer justamente ajudar a evitar" que este surto se transforme num "pesadelo global". Por isso, António Guterres apelou para que os países "façam tudo para financiar" a Organização Mundial de Saúde.
O secretário-geral das Nações Unidas ressalvou também a "importância da não discriminação, do respeito pelos direitos humanos e de não estigmatização" devido à epidemia.
O surto do Covid-19, que começou na China no final do ano, já matou 2.628 pessoas e infetou mais de 79 mil, de acordo as autoridades de saúde dos cerca de 30 países afetados. Além de 2.592 mortos na China continental, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Hong Kong, Filipinas, França e Taiwan.
Em Portugal, já houve 14 casos suspeitos, que resultaram negativos após análises. Um tripulante português de um navio de cruzeiros que se encontra de quarentena no porto de Yokohama, no Japão, foi declarado infetado e será transferido para um hospital japonês na terça-feira.
A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e alertou, na segunda-feira, para uma eventual pandemia, considerando muito preocupante o aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão.