Futuro da Ucrânia passa por ser um Estado neutro?
16-03-2022 - 11:25
 • Renascença

Tanto a Rússia como a Ucrânia admitem um compromisso para novas conversações, três semanas após o início da invasão russa, a 24 de fevereiro.

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O porta-voz do Kremlin admitiu, esta quarta-feira, que a Ucrânia tornar-se um Estado neutro, semelhante à Áustria e à Suécia - uma hipóteses que em cima da mesa nas negociações com Kiev - seria uma hipótese.

"Esta é uma opção que está a ser discutida agora e que pode ser considerada um compromisso", disse o Dmitry Peskov em declarações aos jornalistas.

O principal negociador russo disse que os modelos austríaco e sueco significariam que a Ucrânia poderia manter seu exército, mas não poderá hospedar bases ou tropas estrangeiras.

“A Ucrânia está numa guerra direta com a Rússia. Portanto, o modelo só pode ser ucraniano e apenas com base em garantias sólidas em termos de segurança”, defendeu o negociador Mikhailo Podolyak, em comentários publicados pelo gabinete do presidente Volodymyr Zelensky.

Numa publicação no Twitter, Podolyak afirmou que estão em cima da mesa das negociações “garantias de segurança”, que visam prevenir ataques à Ucrânia.

Tanto a Rússia como a Ucrânia admitem um compromisso, três semanas após o início da invasão russa.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, disse que as conversações estavam a tornar-se "mais realistas", enquanto o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, confirmou a existência de "alguma esperança de compromisso", com um possível estatuto neutro para a Ucrânia - uma das principais exigências de Moscovo.

O ministro russo disse ainda que a Rússia não vê qualquer interesse dos Estados Unidos em resolver rapidamente o conflito e, de acordo com a agência de notícias, que existem também outras questões, além da desmilitarização e neutralidade da Ucrânia, que a Rússia considera importantes esclarecer, como a segurança das áreas de Donetsk e Luhansk.

As conversações são retomadas nesta quarta-feira através de videoconferência, neste que será o terceiro dia consecutivo de conversas, e que pela primeira vez, se prolongam por mais do que um único dia, com que ambos os lados a sugerirem que estas entraram agora numa fase mais séria.

A invasão russa já matou pelo menos 691 civis, dos quais 100 crianças, e obrigou 4,8 milhões de pessoas a fugirem. Segundo a UNICEF, a cada minuto que passa há mais uma criança refugiada.

A Polónia pediu missão internacional de paz na Ucrânia após reunião em Kiev, onde há recolher obrigatório.