O antigo ministro da Administração Interna Rui Pereira reconhece que “os elementos das forças de segurança têm razão para fazer reivindicações”. Em declarações à Renascença, Rui Pereira reconhece, no entanto, que a culpa não é do ministro Eduardo Cabrita.
“Não vou dizer que o ministro da Administração Interna está desatento ou que não tem consideração por estas reivindicações. As dificuldades colocam-se sempre no plano das finanças”, diz o antigo governante, reportando-se ao tempo em que ocupava a tutela.
“Quando eu fui ministro da Administração Interna, na altura, negociámos estatutos para as forças de segurança que infelizmente não entraram logo em vigor e que, portanto, levaram a que os polícias também se manifestassem e fizessem reivindicações”, explicou.
Já no plano da ordem pública, Rui Pereira não exclui a possibilidade de eventuais perturbações junto à Assembleia da República. O antigo ministro diz, no entanto, confiar no bom senso dos manifestantes.
“Temos que nos habituar a uma nova realidade em que há movimentos inorgânicos não ligados ao sindicalismo ou associativismo tradicionais. De qualquer maneira, o movimento sindical e sócio profissional das forças de segurança estará atento ao decorrer da manifestação que ele próprio convocou”, refere.
A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP) e pela Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) marcaram para esta quinta-feira uma manifestação que pretendem que seja a maior de polícias já alguma vez realizada em Portugal.
As forças de segurança reivindicam valorizações de carreira, de salários e condições de trabalho.