Veja também:
- Os últimos números da pandemia em Portugal e no mundo
- Todas as notícias sobre a pandemia de Covid-19
- Guias e explicadores: as suas dúvidas esclarecidas
- Boletins Covid-19: gráficos, balanços e outros números
Marcelo Rebelo de Sousa volta a insistir na necessidade de vacinar adolescentes dos 12 aos 15 anos. No domingo à noite, em Melgaço, o Presidente da República mostrou-se preocupado com o arranque do ano letivo e recorreu ao exemplo da Alemanha para insistir na vacinação desta faixa etária.
“Na Alemanha, o que fez os governos nacional e dos estados alterarem a posição da equipa técnica, que era de não vacinar dos 12 aos 15, foi o seguinte argumento: se não há razões decisivas de saúde pública num sentido ou noutro, há uma razão de natureza educativa, que é a abertura das escolas e o funcionamento das escolas; evitar que o próximo ano letivo seja parecido com o que foi o anterior – na Alemanha como em Portugal em certas fases – em que um aluno contagiado significou a turma toda para casa”, apontou.
Marcelo conclui, portanto, que “a ponderação destas questões faz sentido”, para que o início do ano letivo decorra “nas melhores condições de saúde pública, mas também nas melhores condições educativas”.
O Presidente da República fez ainda um apelo a todos os jovens entre os 16 e os 17 anos para que tomem a vacina contra a Covid-19.
"Queria reforçar o apelo do vice-almirante Gouveia e Melo. Eu sei que quando se têm 16 ou 17 anos não há ninguém que não se considere eterno. Eu considerava-me eterno e considerava que problemas de certa natureza não eram tão urgentes ou prementes. Eu percebo que o próprio debate, há umas semanas, sobre se devia ou não haver vacinação para os 16 e os 17 anos, tenha levado muitos jovens a dizer que não valia a pena. Eu apelo a que pensem que pode fazer a diferença na sua saúde e no seu próximo ano letivo. Já tivemos dois anos letivos muito complicados”, destacou.
Questionado sobre o aumento do número de surtos em lares, o chefe de Estado disse existir "um lado normal" nessa situação e apelou a um "acompanhamento atento".
“Há um lado normal que, ao fim de seis meses da vacinação, surjam franjas da população que não foi vacinada, mesmo nos grupos de risco ou em que há, como noutras vacinas, casos de contágio, que é o que está a acontecer em casos isolados em lares. Não são propriamente casos generalizados", referiu.
Terceira dose de vacina. Decisão cabe ao Governo
"Não quero avançar com opinião sobre essa matéria. É uma matéria de decisão política do Governo, não do Presidente, mas é evidente que eu percebo a preocupação do Governo", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa em Melgaço, Viana do Castelo, no final da cerimónia de entrega dos Prémios Jean-Loup Passek, no encerramento da edição 2021 do MDOC – Festival Internacional de Documentário de Melgaço.
Questionado sobre a intenção do Governo de realizar uma campanha de testes serológicos, nomeadamente nos lares, relacionada com a avaliação da necessidade de administração de uma terceira dose da vacina contra a Covid-19, o chefe de Estado apontou "o exemplo dos profissionais de saúde, dos professores e de outros setores que foram vacinados em primeiro lugar, vai fazer seis meses para garantir serviços básicos".
"É preciso acompanhar os anticorpos. Mantêm-se os anticorpos no mesmo grau, ou não? Até agora a opinião comum é que é duradoira a presença de anticorpos, mas é preciso verificar. Como é que isso se faz? Com testes serológicos que permitem apurar como estão as resistências provocadas pela vacina. Concordo com isso, é uma preocupação que faz sentido", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
A pandemia de Covid-19 fez pelo menos 4.287.427 mortos em todo o mundo, entre mais de 202,2 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, desde que a OMS detetou a doença na China em finais de dezembro de 2019, segundo o último balanço da France-Presse com base em dados oficiais.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.467 pessoas e foram registados 986.967 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde. .
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.