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A China elevou o nível de risco epidemiológico num distrito de Wuhan, após a descoberta de um novo caso de Covid-19, o primeiro em mais de um mês nesta cidade, que foi o berço da atual pandemia.
A Comissão Nacional de Saúde anunciou que foi detetado um novo caso nesta cidade localizada no centro da China, tratando-se de um homem de 89 anos residente no distrito de Dongxihu, na zona noroeste de Wuhan.
A cidade de Wuhan, onde foi detetado pela primeira vez o novo coronavírus em dezembro passado, não registava nenhum caso da doença Covid-19 desde 3 de abril.
Perante este novo caso, as autoridades locais decidiram elevar o nível de risco epidemiológico neste distrito de "baixo" para "médio".
Wuhan, uma cidade com cerca de 11 milhões de habitantes, é considerada atualmente uma zona de "baixo risco" desde que foi levantado, em 8 de abril, um período de quarentena de mais de dois meses e a rotina diária das pessoas começou gradualmente a ser retomada.
Por exemplo, os alunos do ensino secundário regressaram às aulas na passada quarta-feira -- com uso de máscaras de proteção individual e sob medidas sanitárias rigorosas - após quatro meses de férias forçadas devido ao vírus.
A par deste caso em Wuhan, a China informou hoje ter registado, nas últimas 24 horas, outros 13 novos casos de infeção no país, sendo que a maioria foi diagnosticado no nordeste do país, onde a cidade de Shulan foi colocada em quarentena.
Trata-se da primeira vez desde 1 de maio que o país anuncia um número diário de contágios de dois dígitos.
Em termos totais, e desde o início da crise, a China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau) contabilizou oficialmente 82.901 casos, incluindo 4.633 vítimas mortais e 78.120 pessoas recuperadas.
No sábado, a China admitiu que o novo coronavírus revelou "lacunas" no sistema de saúde chinês e nos respetivos mecanismos de prevenção de doenças infeciosas.
"A luta contra a epidemia da Covid-19 foi um grande teste para o sistema e para as capacidades de governação do país", afirmou, no sábado, o vice-ministro chinês da Saúde, Li Bin.
O governante admitiu na mesma altura que o surto "também revelou que a China ainda possui lacunas nos seus sistemas e mecanismos de prevenção e controlo de grandes epidemias e no seu sistema público de saúde".
As declarações do vice-ministro chinês da Saúde ocorreram num momento em que os Estados Unidos têm intensificado as acusações e as críticas a Pequim, com a administração norte-americana a afirmar que as autoridades chinesas ocultaram informações sobre o vírus e geriram mal a crise.