Com o campeonato ao rubro, e já na sua reta final, Benfica e FC Porto lutam palmo a palmo nas últimas seis jornadas pelo título de campeão, com o Sporting de Braga à espreita. Uma luta de águias e dragões dentro de campo, mas com ondas de choque nos bastidores e até com a convicção assumida em Bola Branca, por um ex-vice presidente dos encarnados.
António Figueiredo afirma que as declarações de Vitor Baía, vice-presidente do FC Porto, antes do arranque desta jornada acabaram por "pressionar os árbitros a favor" dos portistas e com resultados práticos.
"Acha que o Vítor Baía veio falar por falar? Claro que não. Veio falar porque está a servir o objetivo de pressionar os árbitros a tomar decisões a favor do FC Porto. O segundo penálti [assinalado a favor do Porto, frente ao Gil Vicente] não tenho dúvidas, mas imagine que no primeiro, em vez de estar lá a camisola de um jogador do Porto era do Benfica? O alarido que seria. Eu vi o jogo com atenção e aquilo não é penálti nem aqui, nem na China", avalia.
Vítor Baía publicou nas redes sociais, antes dos jogos da jornada 28, uma mensagem em que apelava para que "não se repitam erros que influenciam resultados" e António Figueiredo considera que acabou por ter influência na arbitragem do desafio com o Santa Clara.
Reação do Benfica
Olhando para dentro, o dirigente esperava ter visto em Chaves uma reação do seu clube, mas aquilo a que assistiu foi um Benfica que "deu a primeira parte de avanço". Apesar disso, entende que o resultado foi injusto, "pelas oportunidades que [o Benfica] criou".
Na próxima jornada as águias recebem o Estoril, clube onde António Figueiredo também foi dirigente e que não gosta de ver num lugar colado aos postos de despromoção.
"Não gostava nada que o Estoril descesse de divisão, e o Estoril colocou-se em perigo, mas é um jogo em que o Benfica também tem tanto a ganhar. Se não vencer o Estoril, o Benfica sai mesmo das grandes complicações", acrescenta.
António Figueiredo quer ver mudanças, quer ver "cabeças limpas" e que exorcizem episódios passados, até porque com o que já foi feito por Rui Costa e Roger Schmidt, estes "não passaram de génios a néscios". "Acho que a limpeza das cabeças vai acontecer antes de Itália e vamos ultrapassar esta situação negativa", confia.
O antigo dirigente espera que a situação seja ultrapassada e que a equipa "se reconstitua". Embora tenha consciência das dificuldades que o clube tem pela frente, o antigo vice-presidente recorda que o Benfica que "está na frente e com quatro pontos de avanço" sobre o FC Porto.