Numa carta enviada aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso, Christine Ourmières-Widener diz que os dois últimos anos foram "intensos e desafiadores, de trabalho árduo em conjunto com as equipas mais competentes e dedicadas" que conheceu.
"Enfrentámos juntos muitos obstáculos, sem nunca perder a esperança, a determinação e o foco. Graças ao trabalho árduo e ao compromisso de todos, conseguimos superar muitos desafios e alcançar resultados significativos", refere a gestora, que será substituída por Luís Rodrigues na sexta-feira.
Christine Ourmières-Widener, acrescenta, ainda, que sai de uma companhia "resiliente, que sobreviveu à pandemia do Covid-19 e já recuperou praticamente a 100% a sua atividade" e que o plano de reestruturação da companhia "está a ser cumprido mesmo antes do previsto”.
A, ainda, CEO da TAP, diz acreditar "no futuro brilhante da TAP" agradecendo a todos o “apoio e a confiança” em si depositada.
Luís Rodrigues vai tomar posse como presidente do Conselho de Administração (PCA) e presidente executivo (CEO) da TAP esta sexta-feira.
O responsável, que até então liderava a SATA, foi escolhido pelo Governo para substituir Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja, que foram demitidos.
O Governo anunciou a exoneração da presidente executiva da companhia aérea, Christine Ourmières-Widener e a do presidente do Conselho de Administração, Manuel Beja, em 06 de março, depois de divulgados os resultados de uma auditoria da Inspeção-Geral das Finanças (IGF), que concluiu que o acordo para a saída de Alexandra Reis é nulo e grande parte da indemnização de perto de meio de milhão de euros terá de ser devolvida.
A polémica começou no final de dezembro, altura em que o Correio da Manhã noticiou que a então secretária de Estado do Tesouro tinha recebido uma indemnização de cerca de 500.000 euros para sair dois anos antes do previsto da administração da empresa.
O processo foi negociado ao abrigo do código das sociedades comerciais, quando a TAP está abrangida pelo estatuto do gestor público.