O CDS considera que o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, tem obrigação de esclarecer, com urgência, todas as circunstâncias em que ocorreu o acidente com a viatura oficial que atropelou mortalmente um homem, trabalhador da manutenção, da A6.
O líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, considera que, se não há responsabilidade pessoal, pode haver responsabilidade política do ministro.
Francisco Rodrigues dos Santos quer saber se a viatura oficial cumpria todas as regras do Código da Estrada.
“Reclamo duas coisas fundamentais: primeiro, é clareza sobre as circunstâncias do acidente e é o ministro da Administração Interna o responsável por garantir que as forças policiais competentes apuram todas as causas e circunstâncias dos acidentes na via pública, sobretudo os que causam vítimas mortais. E esta demora no acesso à informação compromete e fragiliza politicamente o ministro da Administração Interna”, disse o líder do CDS em conferência de imprensa.
Francisco Rodrigues dos Santos pergunta se Eduardo Cabrita “está em condições de garantir aos portugueses que a viatura em que circulava ia a menos de 120 quilómetros/hora e se respeitava todas as outras regras do Código da Estrada”.
“Se assim não é, é óbvio que se se vier a comprovar que a viatura em que seguia o ministro Eduardo Cabrita ia em excesso de velocidade, tendo morto um homem, marido e pai de dois filhos, é evidente que não tem condições políticas para se manter em funções”, conclui o presidente do CDS.
Nesta conferência de imprensa, Francisco Rodrigues dos Santos foi questionado sobre a desfiliação do advogado Francisco Mendes da Silva, que anunciou a sua saída do partido na semana passada.
O líder do CDS preferiu falar sobre o número de novos militantes do partido, que aumentou em 2020, garante “Chicão”.
“A militância do CDS tem crescido e eu desejo boa sorte àqueles que escolhem outros caminhos e aos que ficam, que contam comigo e eu conto com eles para fazer crescer o CDS e o afirmar já nas próximas eleições autárquicas”, sublinhou.
O acidente com a viatura oficial onde seguia o ministro da Administração Interna aconteceu no dia 18 de junho, A6, a autoestrada Marateca - Caia, no Alentejo.
A vítima mortal é um funcionário que se encontrava a fazer trabalhos na via. O homem, de 43 anos, deixa mulher e dois filhos.
O Ministério da Administração Interna endereçou condolências à família e referiu, posteriormente, que não existia sinalização para alertar os condutores dos "trabalhos de limpeza em curso".
Visando prestar esclarecimentos sobre o acidente de viação que envolveu a viatura que transportava o ministro Eduardo Cabrita, o MAI disse que o veículo "não sofreu qualquer despiste" e "circulava na faixa de rodagem, de onde nunca saiu, quando o trabalhador a atravessa".