O atual presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz não poupa elogios à sua antecessora, Manuela Silva, que morreu esta terça-feira.
Pedro Vaz Patto diz que Manuela Silva “dedicou toda a sua vida, de uma forma constante e incansável, às causas da justiça e da Paz e de um modo especial estudou o fenómeno da pobreza e a maneira de a eliminar na sociedade portuguesa.”
“Impressionou-me sempre a sua capacidade de iniciativa, de dinamismo, de trabalho, sabia organizar o trabalho em equipa e fez isso ao longo de toda a sua vida, mesmo na fase final da sua vida”, diz, explicando que mesmo depois de saber que já estava doente, Manuela Silva ainda fundou a Rede Cuidar da Casa Comum, com o objetivo de aplicar as ideias do Papa Francisco sobre ecologia.
“Ela tinha esta vontade de não desperdiçar nenhum do tempo que lhe restava para cumprir esta sua missão, portanto podemos dizer que é uma figura representativa deste empenho da Igreja no âmbito da sociedade e do esforço no sentido de retirar as consequências do Evangelho e da Doutrina Social da Igreja no plano da construção da sociedade.”
Pedro Vaz Patto considera ainda que Manuela Silva era um exemplo de empenho político e a favor do bem-comum, mas explica que o envolvimento da economista, que foi secretária de Estado no primeiro Governo constitucional, em 1976, ia muito para além da política partidária.
“A sua intervenção foi muito para além de uma militância partidária ou de uma atividade no Governo, desde logo como estudiosa, como académica, começou por aí a sua ação, e também no plano social teve o seu empenho na Igreja através de muitas organizações”, diz.
O funeral de Manuela Silva é na quarta-feira, com missa de corpo presente, na Igreja da Ressurreição, em Cascais.