Entre agosto e outubro de 1942, cerca de 1,4 milhões de judeus morreram nos campos de concentração nazis. Foram, em média, 15 mil pessoas mortas por dia.
Os números constam de um novo estudo, liderado por Lewi Stone, numa parceria entre a Universidade de Telaviv e a universidade australiana RMIT. Os investigadores recorreram aos registos dos transportes ferroviários para chegarem a estas novas conclusões.
Segundo os dados agora revelados, 25% do total das vítimas do Holocausto foram assassinadas entre agosto e outubro de 1942, naqueles que terão sido provavelmente os três meses mais mortíferos da história da Humanidade.
Os chamados “comboios especiais” que transportavam os judeus cumpriam horários rigorosos e os alemães mantinham registos detalhados de cada viagem.
Foram feitas cerca de 480 ligações de comboio provenientes de 393 cidades polacas com destino a campos de concentração como Belzec, Sobibor e Treblinka. O propósito destes três campos era exclusivamente o assassinato em massa, ao contrário de outros campos, como Auschwitz, que também serviam para trabalhos forçados.
Em entrevista ao “Newsweek”, o autor do estudo diz acreditar que o ritmo de mortes poderia ter continuado, se ainda existissem mais judeus a viver na Polónia, que na época estava ocupada pelos alemães. Lewi Stone afirma que a taxa de homicídios diminuiu em novembro de 1942 porque “já não havia ninguém para matar”.
Segundo Stone, os números mostram que os nazis tinham “o objetivo de eliminar todos os judeus na Polónia no menor espaço de tempo possível”.
O estudo “Quantificar o Holocausto” foi publicado na quarta-feira na revista “Science Advances”