Só até ao mês de maio de 2023, já foram detidas em Portugal 45 pessoas pelo crime de incêndio florestal. O número foi adiantado esta quarta-feira pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, durante a sua audição no Parlamento. No mesmo período, foram registados 3.457 incêndios rurais, 98% deles tiveram mão humana.
"O essencial tem a ver com os comportamentos. Por maior que seja o dispositivo, entrará sempre em stress a partir de 150 ignições diárias. E, nos primeiros 5 meses do ano, já tivemos 3.457 incêndios rurais, 98% com intervenção humana, 64% com negligência, dados do ICNF, e 45 pessoas detidas por este crime", sublinha José Luís Carneiro na 1ªComissão.
O ministro da Administração Interna, em quem recaem as responsabilidades políticas da prevenção e combate aos incêndios, deixa um apelo em vésperas de entrarmos no verão: "Vamos evitar ignições, vamos evitar incêndios". Para a semana da Jornada Mundial da Juventude, o Governo destacou 7 mil bombeiros.
A época de incêndios este ano pode ser mais complexa do que no ano anterior devido às altas temperaturas e à seca que se vive em Portugal. José Luís Carneiro admitiu, em abril, que 2023 pode ser "ainda mais difícil" do que o ano passado.
Para o combate aos fogos são essenciais os meios aéreos e até ao momento Portugal tem 55 prontos a intervir. O ministro já assumiu que quer ter "pelo menos 60 meios aéreos" para o período mais crítico do verão.