Mariana Mortágua apresentou, esta segunda-feira, a candidatura à liderança do Bloco de Esquerda.
No discurso de apresentação da sua candidatura, Mortágua começou por lançar farpas à "maioria absoluta do Partido Socialista" que "não cumpre aquilo que prometeu". "A maioria do PS não cumpre. Não há mais diálogo, não há mais estabilidade... Pelo contrário, as políticas de empobrecimento e desigualdade vão-se agravando", entende.
"O PS quis poder absoluto", acrescenta, garantindo que o "programa da maioria é um programa de desigualdades". O resultado? Um país "corrompido pela corrupção". "Essa maioria absoluta nunca foi outra coisa que não arrogância, intransigência e instabilidade. As desigualdades não são um pauzinho na engrenagem. São um pedregulho que esmaga o futuro", reforça.
Mariana Mortágua agradeceu, também, o contributo de Catarina Martins, dizendo que o "percurso de consistência" do partido "tem a marca" da agora ex coordenadora do BE. Foi ela, diz, que "abriu novos caminhos" para o partido e "criou confiança popular". "Foi a melhor porta-voz em tempos tumultuosos e vai continuar a marcar-nos com a sua consistência e força e contamos com ela para isso", assegura.
Para Mortágua, as razões do percurso do partido até aqui confirmam-se. "Só uma alternativa à esquerda pode criar respostas" para quem está exasperado, reitera. "É preciso levar o país a sério". Defende que "a política do medo não pode vencer" e que o Bloco de Esquerda quer "apresentar uma alternativa à escolha péssima entre o mau e o pior".
"A tranquilidade do PS é achar que, perante um PSD perdido e sem programa, pode usar o medo da extrema direita para lhe garantir uma maioria absoluta perpétua", diz.
"O compromisso do Bloco é com quem trabalha. Queremos um país justo, de respeito por todas as pessoas, sem excepção. É por tudo isto que sou candidata. Respondo sim", rematou.
[notícia atualizada às 12h59 de 27 de fevereiro de 2023]