Uma igreja em Castelo de Vide, que resulta da reconstrução oitocentista e que foi classificada em 2014 como monumento de interesse público, está a ser vendida pelo valor base de 350 mil euros pela Misericórdia local.
O anúncio da venda da Igreja de Santo Amaro, consultado pela agência Lusa, está publicado na página da Santa Casa da Misericórdia de Castelo de Vide (SCMCV) na rede social Facebook.
De acordo com a SCMCV, as propostas devem ser enviadas por carta fechada para os serviços administrativos da instituição até às 17h00 de quarta-feira e serão abertas no dia seguinte.
Na descrição, a SCMCV indica que a Igreja de Santo Amaro é um prédio urbano composto por três andares, quintal e sótão, tendo uma área total de terreno de 1.350 m2, uma área de implantação do edifício de 650 m2.
Numa portaria publicada em 2014 em Diário da República (DR), é anunciado que a igreja foi classificada como monumento de interesse público.
"A atual Igreja de Santo Amaro de Castelo de Vide é resultado da reconstrução oitocentista de uma pequena ermida da mesma invocação, erguida em 1494 num arrabalde da vila, e cuja posse passou em 1534 para a Santa Casa da Misericórdia local, fundadora do hospital anexo. Progressivamente absorvida pelo casario, a igreja veio a tornar-se um dos elementos definidores e consolidadores do núcleo urbano", lê-se na portaria.
No documento publicado em DR é ainda indicado que, no "grande mole" do edifício, destaca-se "de imediato o volume da lanterna do cruzeiro, com elegante cúpula octogonal, que constitui o elemento arquitetónico de melhor qualidade do imóvel".
"A austera fachada barroca, rasgada por singelo portal apilastrado, contrasta com o interior, de grande riqueza decorativa, onde se incluem o belo retábulo de alvenaria pintada do altar-mor, a imitar talha, e os diversos marmoreados e estuques decorativos", acrescentam.
O domínio técnico exibido, a qualidade da construção, o equilíbrio de proporções, a solução do zimbório do cruzeiro e a riqueza da ornamentação, "reveladores da influência direta da arte joanina de patrocínio régio", são outros dos fatores que a portaria publicada em DR apresenta como sendo aquela igreja "um testemunho valioso" da expressão erudita do barroco alentejano.