A AS Roma, treinada por José Mourinho e em que joga o internacional português Rui Patrício, perdeu a final da Liga Europa, perante o Sevilha, do luso-brasileiro Fernando Reges, nos penáltis, esta quarta-feira.
Foi uma final, em Budapeste, na Hungria, com vários conhecidos do futebol português, além de Patrício e Fernando: os ex-FC Porto Óliver Torres e Alex Telles, e o ex-Sporting Nemanja Gudelj, todos do Sevilha, e os ex-Benfica Nemanja Matic e Bryan Cristante, ambos da Roma.
Depois meia hora de impasse, e já depois de um pedido de grande penalidade sobre Tammy Abraham não acedido pelo árbitro, a Roma abriu o marcador aos 34 minutos. Recuperação de bola a meio-campo - o Sevilha ficou a pedir falta -, Gianluca Mancini lançou a desmarcação de Paulo Dybala entre o central e o lateral do lado direito e o internacional argentino disparou cruzado para o primeiro golo da noite.
Ivan Rakitic ameaçou o empate nos descontos da primeira parte, com um remate à barra. Aos 55 minutos, a ameaça concretizou-se: após um cruzamento de Jesús Navas da esquerda, Mancini, que fora decisivo no golo da Roma, introduziu a bola na própria baliza ao tentar cortar a bola. Mourinho apressou-se a pedir "calma" aos seus jogadores.
Pedidos de penálti e falhanços para cada lado
Ao minuto 67, após um livre, a bola ressaltou num defesa do Sevilha e chegou a Abraham, que, de costas para a baliza, tentou marcar de calcanhar. Porém, Bono evitou o golo com uma grande defesa e também parou a recarga de Chris Smalling. A bola foi parar a Roger Ibañez, mas o central brasileiro acertou mal na bola e o remate saiu muito torto.
Aos 75 minutos, o árbitro assinalou penálti de Ibañez sobre Lucas Ocampo. Contudo, após consultar as imagens do videoárbitro no relvado, viu que o central tocara primeiro na bola e reverteu a decisão. Aos 82 minutos, foi a Roma a pedir penálti, por mão na bola de Fernando Reges, ex-FC Porto; o VAR também negou o pedido dos italianos.
No lance seguinte, Andrea Belotti ficou na cara de Bono, mas o guarda-redes do Sevilha voltou a brilhar e segurou o empate.
No último minuto de descontos, Rui Patrício defendeu uma bola para a frente, no entanto, Youssef En-Nesyri não conseguiu aproveitar. A bola chegou à entrada da área, a Fernando, que disparou a rasar o poste.
O jogo foi para prolongamento e, apesar das tentativas de parte a parte, a igualdade manteve-se. No último lance dos descontos sobre descontos, após livre indireto para a área, a Roma acertou na trave.
Montiel decide em Budapeste como no Qatar
Restou o desempate por penáltis. Os dois primeiros foram convertidos, assim como o segundo do Sevilha, mas Mancini falhou o seu. Ivan Rakitic fez, depois, o 3-1 e, logo a seguir, Ibañez acertou no poste.
O Sevilha ficou a um remate certeiro de ganhar, todavia, Rui Patrício parou o remate de Gonzalo Montiel. Porém, o árbitro mandou repetir, por o guarda-redes português ter saído da linha e, à segunda, o central argentino repetiu o que já fizera no Mundial do Qatar: mandou o pontapé decisivo para o fundo das redes e deu a Liga Europa ao Sevilha.
José Mourinho perde, pela primeira vez na carreira, uma final europeia. Tinha vencido as cinco que disputara por FC Porto (duas), Inter (uma), Manchester United (uma) e Roma (Liga Conferência da última época).
Já a história de amor do Sevilha com a Liga Europa ganha mais um capítulo: os espanhóis ganham o sétimo troféu na prova, em sete finais disputadas (2006, 2007, 2014, 2015, 2016, 2020 e, agora, 2023).
Fernando Reges, que quis jogar pela seleção portuguesa mas não pôde devido às regras da FIFA que vigoravam na altura - entretanto alteradas -, celebrou a conquista do troféu com uma bandeira de Portugal.