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A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) acusa o Ministério da Cultura de “ignorar a realidade” da grave crise que atravessa o setor, na sequência da pandemia de Covid-19.
O Ministério da Cultura anunciou, esta quinta-feira, o lançamento de um programa de apoio ao setor no valor global de 400 mil euros, que serão gastos na aquisição de livros às pequenas livrarias e editoras.
Na resposta, a APEL afirma, em comunicado, que considerar que essa verba “pode atenuar a agonia de pequenos editores e livreiros, é querer ignorar a realidade”.
“Considerar que todo o setor poderá no curto prazo recuperar algo com esta verba a distribuir por bem mais de centena e meia de editores e livreiros, é olhar para escritores, editores, livreiros, revisores, tradutores, designers e outras tantas áreas da cultura como entidades que não contam para o país. Se este sector já estava de joelhos, o Ministério da Cultura, assim, deixou-o cair, abandonou-o à sua sorte e a todos que nele trabalham”, sublinham os editores e livreiros.
A atividade parou desde o início da pandemia e as quebras de venda são na ordem de um milhão de euros por semana. Estima-se que em maio as perdas possam ascender a 30 milhões de euros.
A APEL considera que, a poucos dias de o país celebrar as conquistas do 25 de Abril, “os editores e livreiros continuam sozinhos e completamente desprotegidos perante o presente e o futuro”.
“Porque nestes tempos de pandemia nos habituamos a caminhar sozinhos, não estamos dispostos a vergar perante esmolas e continuaremos como até agora a dar voz aos nossos escritores e a lutar para que os portugueses tenham acesso à mais diversa literatura e poesia”, sublinha o comunicado.
A APEL garante que, se o setor do livro “sobreviver” a mais esta crise, “continuaremos sozinhos a celebrar, a editar e a vender os livros que os nossos escritores passados, presentes e futuros desejam dar a conhecer ao mundo”.