O Presidente da República avisa que tem "uma memória de elefante" e "não se esquece" que as conclusões das investigações dos casos da legionella e de Tancos têm que ser divulgadas quando estiverem concluídas.
Em declarações aos jornalistas à margem da inauguração de uma exposição no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que os portugueses esperam que, quer no caso da legionella, quer no caso de Tancos, "haja a divulgação pública das conclusões da investigação administrativa e também da investigação do Ministério Público".
"O Presidente da República não vai imiscuir-se naquilo que é a tramitação das investigações para que se não diga que está a criar qualquer empecilho ou qualquer limite. Simplesmente não se esquece. O Presidente da República tem uma memória de elefante, ele não se esquece", avisou.
Em ambos os casos, recordou o chefe de Estado, "aguardam-se, por um lado, o apuramento administrativo do que sucedeu" e "a investigação pelo Ministério Público".
Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre o facto de o número de casos de legionella continuar a aumentar, tendo hoje subido para os 54.
"Eu recordo-vos que quando falei da última vez sobre esta matéria disse que, na minha apreciação genérica, a margem, atendendo ao número muito elevado de centenas de pessoas que virtualmente podiam ter sido tocadas por este risco, era muito ampla, ia de 40 a 60 pessoas. Penso que não se atingiu ainda esse número", observou.
No Conselho de Ministros da semana passada, o ministro da Saúde disse que se esperava que entre segunda e terça-feira desta semana os novos casos de 'legionella' começassem "a tender para zero", quando termina o tempo máximo para o período de incubação.
"Tal como foi sempre referido pela DGS, nós estamos a ter um perfil de casos novos que se acompanha daquilo que é a previsão e os casos têm vindo a diminuir na sua intensidade, o que faz supor que no período que nós estimamos que seja o dia 13 e 14, em que se finaliza o tempo máximo admissível para o período de incubação, esses casos começarão a tender para zero", assegurou o ministro da Saúde.
A Direcção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta quarta-feira que o número de infectados com legionella aumentou para 54 pessoas, encontrando-se atualmente sete internadas em Unidades de Cuidados Intensivos
O surto, que já causou cinco mortos, afetou mais mulheres do que homens e a maioria (67%) tinha 70 ou mais anos. Todos os infetados tinham história de doença crónica ou fatores de risco.
Até ao momento, 15 doentes tiveram alta clínica, mantendo-se 27 internados em enfermaria.
O primeiro caso de doença dos legionários, provocada pela bactéria 'Legionella pneumophila', foi confirmado a 31 de Outubro. Até hoje, o dia com mais casos confirmados foi 4 de Novembro (12 casos).