Os sindicatos dos enfermeiros desconvocaram as greves agendadas para este mês.
O ministro das Finanças pediu sentido de responsabilidade aos enfermeiros nas exigências ao Governo, deixando claro que não garante que possa ir além das medidas já adotadas. Mário Centeno sublinhou que o processo negocial ainda decorre, mas alerta que os impulsos negociais devem ser controlados.
A Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) vai desconvocar o primeiro de dois períodos de greve que tinham início este mês, uma forma de “criar espaço para as negociações” com o Governo.
A presidente da Associação Sindical, Lúcia Leite, disse à agência Lusa que vai ser desconvocado o primeiro período de greve dos enfermeiros, que estava previsto entre 7 de janeiro e 20 de fevereiro, mas mantém-se por enquanto o pré-aviso para o segundo período de greve, de 14 de janeiro a 28 de fevereiro.
A ideia destes períodos de greve convocados pela ASPE era replicar o modelo da greve cirúrgica que decorreu em blocos operatórios de hospitais públicos entre dia 22 de novembro e final de dezembro e que levou ao cancelamento de cerca de 10 mil cirurgias, segundo os sindicatos.
Tanto a ASPE como o Sindicato Democráticos dos Enfermeiros (Sindepor), as duas estruturas que convocaram a greve cirúrgica, vão reunir-se na quinta-feira com a estrutura negocial do Governo.
“Desconvocar este primeiro período de greve é uma forma de manifestar disponibilidade para a negociação e de dar mais uma semana ao Governo para chegarmos a um entendimento, criando um espaço para a negociação”, afirmou Lúcia Leite em declarações à Lusa.
O Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal anunciou esta quarta-feira que desmarcou a greve marcada entre 8 e 11 de janeiro.
O objetivo é “demonstrar, mais uma vez, ao Ministério da Saúde que não será por falta de abertura e bom-senso por parte deste sindicato que as negociações não se realizarão num clima favorável a uma negociação justa”, refere o Sindepor, em comunicado.
O Sindepor também pretende demonstrar “de forma inequívoca à população portuguesa, que os enfermeiros são pessoas responsáveis” e não pretendem “prejudicar os utentes”.
Os enfermeiros reivindicam uma carreira, que contemple a categoria de enfermeiro especialista, além de exigirem uma redução na idade da reforma.
Para a primeira greve cirúrgica, um movimento de enfermeiros conseguiu angariar mais de 360 mil euros para financiar os grevistas, numa recolha de fundos através de uma plataforma na internet. Atualmente decorre outra recolha de fundos que pretende angariar mais de 400 mil euros até ao dia 14 de janeiro e que até hoje ao início da tarde tinha mais de 160 mil euros.
[notícia atualizada às 20h10]