Foi decretado o Estado de Emergência no Sri Lanka, depois de o Presidente demissionário ter abandonado o país e se ter refugiado nas Maldivas.
O chefe de Estado e o Governo aceitaram demitir-se após uma revolta popular pela grave crise económica que assola há meses o Sri Lanka.
O presidente fugiu do país esta quarta-feira, horas depois de deixar o cargo após ser acusado de má gestão económica, que levou o país a assumir a incapacidade de financiar as importações mais essenciais para os seus 22 milhões de habitantes, devido à falta de moeda estrangeira.
De acordo com a agência Reuters, que cita um comunicado da Força Aérea, Rajapaksa, a mulher e dois seguranças deixaram o aeroporto internacional a bordo de um avião da Força Aérea do Sri Lanka.
Já uma fonte do Governo dá conta que o Presidente está em Male, capital das Maldivas.
A polícia do Sri Lanka disparou esta manhã gás lacrimogéneo para dispersar centenas de manifestantes que invadiram a residência oficial do primeiro-ministro, exigindo a sua demissão.
Incidentes que ocorrem depois de ter sido decretado o Estado de Emergência, logo após o Presidente ter abandonado o país.
Manifestantes ocuparam as residências oficiais do primeiro-ministro e do Presidente, e garantem que ali vão permanecer até que haja um novo Governo.
Protestam nas ruas contra a grave crise económica que o país atravessa. Centenas conseguiram invadir a residência e o gabinete do Presidente Gotabaya Rajapaksa, obrigando-o a fugir.
A residência privada do primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe também foi invadida e incendiada.
A economia do Sri Lanka está em estado de colapso, estando a decorrer as negociações para um plano de ajuda com o Fundo Monetário Internacional.
O colapso económico levou a uma grave escassez de bens essenciais, deixando as pessoas a lutar para comprar alimentos, combustível e outros bens de primeira necessidade.
No domingo, o Papa Francisco uniu-se ao sofrimento do povo do Sri Lanka, que vive uma crise financeira, alimentar e política e implorou às autoridades que não ignorem “o grito dos pobres”.