A Provedoria de Justiça respondeu a mais de 10 mil queixas no ano passado, um aumento das reclamações em parte motivado por questões relacionadas com a pandemia de Covid-19.
“O número global de queixas instruídas superará as 10 mil, o que traduz uma taxa de crescimento face ao ano anterior na casa do que se tem registado no passado recente”, adianta à Renascença o gabinete de Maria Lúcia Amaral.
O ano de 2021 também arrancou com mais queixas que em igual período de 2020. Os assuntos que constam dessas reclamações são muito variados.
Muitos estão relacionados com a pandemia de Covid-19, a começar pelos apoios sociais extraordinários e pelas condições de quem passou a estar em teletrabalho, passando pela falta de meios no ensino à distância ou pelas restrições às deslocações entre concelhos e reembolsos de viagens.
Num período em que o Serviço Nacional de Saúde está a ser levado ao limite, os portugueses também se queixaram de dificuldades no acesso aos cuidados de saúde, mas também da atuação dos profissionais.
O regime de justificação de faltas para cuidar de idosos dependentes, atrasos no processamento das pensões, os reembolsos de IRS e as execuções fiscais, a habitação social e os atrasos judiciais foram outras questões que dominaram as queixas junto da Provedoria de Justiça.
Em 2019, a Provedoria de Justiça recebeu 51 mil solicitações, que deram origem à instrução de 9824 queixas.