D. José Ornelas advertiu este domingo para o “carreirismo e conquista do poder” que se encontra na vida da Igreja, “na diversidade de dons e das funções”, e pediu “serviço fraterno” para que “a Igreja se desenvolva”.
“A diversidade dos dons e das funções, não pode ser uma razão de carreirismo e conquista de poder, mas de serviço fraterno, para que a Igreja se desenvolva e enriqueça com a fé e as capacidades de cada um dos seus membros e todos deem testemunho credível de Jesus que os une pelo seu Espírito”, afirmou o bispo de Setúbal na celebração que deu esta tarde início na diocese ao Sínodo dos Bispos.
“Todos somos chamados a participar na edificação da nossa Igreja, na transformação das nossas paróquias e estruturas, de modo que sejamos uma Igreja que vive e anuncia, com credibilidade e alegria, o Senhor Jesus e, assim participar na construção de um mundo segundo o projeto de Deus”, acrescentou.
As dioceses portuguesas assinalam, a partir deste domingo, a fase inicial de consulta e mobilização das comunidades católicas no processo sinodal convocado pelo Papa, que decorre até 2023.
A auscultação das Igrejas locais é uma etapa inédita, desenhada pelo Papa Francisco, que pediu a cada bispo que replicasse a celebração de abertura que decorreu no Vaticano, a 9 e 10 de outubro, com uma cerimónia diocesana.
D. José Ornelas convidou os presentes a um caminho “a que todos são chamados”, “de oração, discernimento e transformação da Igreja”.
“Sentimo-nos solidários com toda a humanidade, saindo laboriosamente de uma pandemia que atingiu profundamente a todos e se confronta com desafios enormes e com mudanças que suscitam esperanças, mas igualmente muitas preocupações”, reconheceu.
O bispo de Setúbal indicou que o processo sinodal da Igreja Diocesana de Setúbal, que agora começa, vai estender-se “até 2025, ano em que se celebrará os 50 anos de existência da diocese” e destacou não se tratar de “uma catequese, de umas pregações, de uns encontros”, mas indicou “um caminho de participação ativa de cada membro da Igreja, na escuta do Espírito, na transformação da vida pessoal, das paróquias, grupos e movimentos”.
“Na Igreja, não há uns que «produzem religião» e outros que vêm «abastecer» aos fins de semana. A todos Deus pede a própria colaboração, na presença, na oração, na colaboração e no serviço dos outros, dentro e fora da comunidade, ao serviço do Evangelho”, sublinhou.