Um dos coautores do estudo do Gabinete de Estudos Económicos do Ministério da Economia, que aponta que houve uma quebra de rendimentos de cerca de 40% em relação às projeções iniciais, considera que o impacto da Web Summit é positivo para Portugal.
Contudo, o novo estudo divulgado esta quarta-feira aponta já para um valor acrescentado bruto de 69,8 milhões de euros e de apenas 29,7 milhões de receita fiscal. Trata-se, respetivamente, de uma diminuição de 44% e de 49,2%.
À Renascença, João Cerejeira explica que as projeções foram baseadas no "investimento forte" no alargamento da FIL e que o espaço atual não permite acolher "um número maior do que os 70 mil participantes" da Web Summit 2019.
Apesar dos números "aquém das expetativas", o economista aponta números da receita turística que não seriam alcançados se não fosse pela realização do evento, em Portugal.
"O investimento público é inferior às receitas fiscais que o Governo gera pelos visitantes estrangeiros", realça.
"São visitantes estrangeiros que não iam ao país se não fosse o evento. As receitas associadas a esses visitantes supera o investimento do Estado", acrescenta.
O estudo do Gabinete de Estudos Económicos do Ministério da Economia faz um conjunto de recomendações, entre as quais está a descentralização da conferência.
“Incentivar à organização para que inicie um processo de descentralização do evento, com microeventos noutras cidades do país. Segundo a interpretação de alguns investidores, o evento deveria ser cada vez menos lisboeta e cada vez mais português”, refere o documento.
João Cerejeira sugere uma "pré-Web Summit" ou outro tipo de eventos mais reduzidos, em antecipação à Web Summit principal, espalhados pelo país.
"Era possível haver algumas das componentes a ser destacadas. Podia haver um evento mais focado numa área específica. Podia ter essa componente descentralizada, no Porto, em Braga, ou até em Aveiro", diz.