O ministro do Ambiente e da Transição Energética disse esta terça-feira que a interdição de banhos no Algarve devido à presença de algas vermelhas é uma "medida de precaução" enquanto não houver resultados das análises à qualidade da água.
Em resposta à deputada de Os Verdes, Heloísa Apolónia, que questionou o ministro sobre a "maré de algas vermelhas" que atingiu o Algarve e a sua perigosidade para os banhos, saúde pública e pescas, o governante afirmou que as medidas tomadas foram de precaução.
"Trata-se de um acontecimento natural sem a intervenção da atividade humana. Da nossa experiência, trata-se de um fenómeno que costuma demorar três a quatro dias a desaparecer", explicou João Pedro Matos Fernandes, avançando que, enquanto não saírem os resultados à qualidade da água, os banhos "estão interditos".
De acordo com o responsável, quem toma a decisão é a Agência Portuguesa do Ambiente naquilo que diz respeito às águas balneares, referindo desconhecer se há ou não "perigosidade no setor das pescas".
João Pedro Matos Fernandes falava aos deputados na última audição regimental da legislatura na Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação.
As praias entre a Ilha do Farol e Vilamoura, no Algarve, estão interditadas desde segunda-feira a banhos devido a uma concentração de uma alga marinha que pode ser perigosa para a saúde.
"Foi detetada no domingo uma densidade significativa de uma espécie de alga vermelha que pode ser perigosa para a saúde pública, tendo sido decidido, em conjunto com a autoridade de Saúde, desaconselhar os banhos numa vasta área entre a Ilha do Farol e Vilamoura", disse à agência Lusa o diretor regional da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
De acordo com José Pacheco, "não é para já conhecida a espécie em questão, tendo sido recolhidas amostras para análises, cujo resultado só será conhecido dentro de alguns dias".
"Por precaução, foi decidido solicitar à Autoridade Marítima Nacional a interdição de banhos nas praias algarvias onde se verifica uma maior densidade daquele organismo marinho que provoca uma mancha vermelha", sublinhou.
O responsável regional da APA admitiu que outras praias podem ser afetadas nas próximas horas ou dias, uma vez que a mancha vermelha está a deslocar-se para o barlavento do Algarve, "verificando-se já uma concentração perto da praia da Rocha Baixinha, no concelho de Albufeira, estando a monitorização a ser feita em permanência".