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“Seria quase criminoso” excluir idosos com mais de 75 anos, e sem doenças graves associadas, da lista prioritária do plano de vacinação contra a Covid-19, diz à Renascença o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defende que não dar prioridade aos idosos seria uma “ideia tonta”. Miguel Guimarães concorda e vai mais longe.
“Partilho e acho que o Presidente da República foi simpático, porque excluir da vacinação da Covid-19 as pessoas mais frágeis, aquelas que têm uma taxa de mortalidade claramente superior, eu diria que isso, se fosse feito dessa forma, seria quase criminoso”, afirma o bastonário da Ordem dos Médicos.
O primeiro-ministro, António Costa, considera que não é admissível desistir de proteger a vida em função da idade e defendeu que há critérios técnicos que não podem ser aceites pelos políticos.
Miguel Guimarães discorda desta última parte. “Primeiro, ainda ninguém definiu critérios técnicos ou científicos” e o grupo de trabalho “ainda está a ouvir pessoas”.
“As questões técnicas de base científica não devem ser adulteradas pelas questões políticas. Devem ser respeitadas”, sublinha o bastonário.
Em declarações à Renascença, o responsável pelo grupo de trabalho, Francisco Ramos, disse que na primeira fase do plano de vacinação não haverá vacinas para todos os idosos, no entanto, a proposta apresentada pela DGS "não tem qualquer limite de idade para as pessoas internadas em lares".
Para o bastonário da Ordem dos Médicos, "as prioridades não se definem pelas quantidades".
“A prioridade define-se como prioridade, não se define por números. Portugal para conseguir imunidade através da vacina para Covid-19 vai ter que vacinar muitos milhões de pessoas. Senão, é uma farsa”, alerta Miguel Guimarães.
Segundo uma proposta de especialistas da Direção-Geral da Saúde, reproduzida hoje nos jornais, as pessoas entre os 50 e os 75 anos com doenças graves, os funcionários e utentes de lares de idosos e os profissionais de saúde envolvidos na prestação direta de cuidados deverão ser os primeiros a ser vacinados contra a covid-19.
O primeiro-ministro rejeitou, esta sexta-feira, a possibilidade de todos os maiores de 75 anos sem doenças graves não terem acesso prioritário às vacinas contra a Covid-19, alegando que "há critérios técnicos que nunca poderão ser aceites pelos responsáveis políticos".
"Não é admissível desistir de proteger a vida em função da idade. As vidas não têm prazo de validade", declarou António Costa à agência Lusa, depois de questionado sobre a possibilidade, noticiada hoje por alguns órgãos de comunicação social, de todos os maiores de 75 anos sem comorbilidades ficarem de fora do acesso prioritário à vacina contra o novo coronavírus.
De visita à base aérea de Beja, o secretário de Estado adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, garantiu que os idosos são uma prioridade no plano de vacinação contra a Covid-19 e a idade não será um limite. A única condicionante serão as características da própria vacina, sublinhou.
Segundo uma proposta de especialistas da Direção-Geral da Saúde, reproduzida hoje nos jornais, as pessoas entre os 50 e os 75 anos com doenças graves, os funcionários e utentes de lares de idosos e os profissionais de saúde envolvidos na prestação direta de cuidados deverão ser os primeiros a ser vacinados contra a covid-19.
Esta sexta-feira, o CDS-PP requereu uma audição parlamentar, com caráter de urgência, do responsável pela 'task force' que vai delinear o plano de vacinação contra a Covid-19 em Portugal, o ex-secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos.
À Renascença, a deputada centrista Ana Rita Bessa considera que Portugal está a correr contra a tempo e diz recear que haja alguma impreparação em todo este processo.