O Pacto Ecológico Europeu não está a ser desenvolvido como devia. A leitura é da associação ambientalista Zero. O documento, apresentado há quatros, tem metas para 2030, outras para 2050, entre as quais a neutralidade carbónica.
Em declarações à Renascença, a vice-presidente da associação diz que “quando surgiu foi uma lufada de ar fresco”, mas agora, diz Susana Fonseca, há “uma fadiga da legislação”.
“Quando começamos com um plano muito grande, este plano depois tem que se concretizar em muitas iniciativas legislativas, muitos debates, muito trabalho, muita pressão, também para conseguir ter os documentos, para ter os acordos. Estamos a falar de processos que são democráticos, no sentido em que são muito debatidos, são processos complexos”, descreve.
Susana Fonseca reconhece que há áreas onde se fez avanços, nomeadamente, ao nível do “greenwashing” ou dos direitos do consumidor, por exemplo, ao nível do direito à reparação.
No entanto, refere, outros projetos têm sido esvaziados.
Susana Fonseca identifica uma mudança com o crescimento da extrema-direita que, diz, acabou por não ser tão significativa como se antevia, nas últimas eleições europeias.
“Nós já travámos isto uma vez, enquanto europeus e quem diz travámos é que conseguimos travar esta deriva à direita, porque as pessoas foram votar e muitos jovens foram votar”, apela.
Susana Fonseca diz que a mobilização dos jovens “é um elemento fundamental”.
“Os jovens têm que se mobilizar e têm que perceber que se querem um futuro diferente, têm que votar e têm que votar em plena consciência. Têm que perceber bem o que é que está a ser dito pelos diferentes partidos para que depois na União Europeia estejamos bem representados”, sublinha.
A vice-presidente da Zero lembra que “a União Europeia parece uma coisa muito longínqua, mas é lá que se decide praticamente tudo o que hoje em dia nós fazemos”.
O “Compromisso Verde” é uma parceria entre a Renascença e a Euranet Plus.