O antigo internacional angolano Vata mantém a versão que não marcou com a mão o golo frente ao Marselha que apurou o Benfica para a final da Taça dos Campeões Europeus em 1990.
Até hoje tema de conversa e em dia de Benfica-Marselha para os quartos de final da Liga Europa, o antigo ponta de lança que marcou um dos mais polémicos golos da história do futebol mundial garante que está de "consciência tranquila" e defende a sua teoria.
"O árbitro disse que não viu nada, ninguém confirmou que viu uma mão ali. Eu vou mentir? Estou de consciência tranquila. A bola foi tão rápido... Eu nunca foi com a mão. Se tivesse usado a mão, a bola não entrava naquela velocidade", diz, a Bola Branca.
O ex-avançado angolano ri-se até da forma como, passados quase 35 anos, o tema ainda causa incómodo no Marselha: "Até hoje têm um sapo na gargante deles. Tinha de acontecer, é a vida".
O golo, apontado aos 82 minutos, decidiu a meia-final da mais importante prova europeia, após um empate a duas bolas na primeira mão, no sul de França. O Benfica acabaria por perder a final da prova, semanas mais tarde, frente ao AC Milan, por 1-0.
Sobre o jogo desta quinta-feira, Vata pede um Benfica sem medo para ganhar vantagem na eliminatória.
"O Benfica é favorito. Tem de entrar com confiança porque o jogo é deles. Se jogas em casa, tens de mandar. Não podem ter medo, a vitória está nas mãos deles", atira.
Vata, que marcou 37 golos em 77 jogos pelo Benfica, ao longo de três temporadas, analisa uma equipa do Benfica demasiado dependente de Di María: "Hoje em dia, todos esperam que o Di María decida. No nosso tempo, não era só um que marcava, todos marcavam. O Benfica tem um bom conjunto, infelizmente não tem tido bons resultados".
O "grande coração" de Eriksson
O jogo ficará marcado igualmente pela homenagem a Sven-Goran Eriksson, de 76 anos e doente, mas que jamais é esquecido. Vata deixa uma mensagem emocionada ao sueco, começando por recordar um episódio revelador da personalidade do antigo treinador.
"Fomos ao Funchal, um jogo em que eu nem estava convocado. Ele ligou-me, disse que tinha a certeza que iria vencer comigo no banco. Dava-me uma confiança enorme. Tem um grande coração. Infelizmente, está a viver esta situação, mas mando um grande abraço para ele", diz.
Eriksson estará junto dos seus antigos jogadores, recriando o estágio de 1990, antes do apito inicial na Luz. Todavia, Vata, radicado em Melbourne, na Austrália, não conseguirá estar presente: "Enviaram-me um convite se posso ir à Luz. Mas para ir à Luz, só chegaria no domingo".
O Benfica-Marselha, a contar para a primeira mão dos quartos de final da Liga Europa, arranca às 20h00 desta quinta-feira, com relato na Renascença e acompanhamento, ao minuto, em rr.pt.