O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, insistiu, este sábado, que a Suécia e a Finlândia já cumpriram as condições estabelecidas pela Turquia para desbloquear a entrada na Aliança, acordada pelos três países em junho passado.
"Acho que o processo de adesão deve chegar a um fim e ser ratificado", disse Stoltenberg numa entrevista radiofónica na Turquia, onde assegurou que os dois países nórdicos cumpriram todos os pontos do acordo, como o levantamento do embargo de armas para a Turquia ou a alteração das suas leis antiterrorismo.
Ancara argumenta que os dois países são um santuário para pessoas e grupos considerados terroristas e pediu mudanças legislativas, bem como a extradição de indivíduos procurados pela Justiça turca.
Stoltenberg reuniu-se na sexta-feira com o Presidente turco, Recep Tayyip Erogan, que tem insistido para que Suécia e Finlândia tomem mais medidas para cumprir o acordo.
Erdogan afirmou que o ritmo do processo de ratificação dependerá das medidas tomadas por esses países, segundo um comunicado oficial da presidência turca.
Também este sábado, o ministro dos Negócios Estrangeiros sueco reconheceu que o país se deve distanciar da milícia das Unidades de Proteção do Povo Curdo, dias antes da visita do primeiro-ministro à Turquia, na esperança de que ratifique a adesão à NATO.
"Acreditamos que há dúvidas e problemas com aqueles que mancham as nossas relações com a Turquia", afirmou Tobias Billstrom, em entrevista à Rádio Sveriges.
Na entrevista à estação radiofónica turca, Stoltenberg voltou a agradecer o "importante papel" desempenhado por Erdogan para a recuperação do acordo para exportar cereais ucranianos através do Mar Negro, que foi temporariamente abandonado por Moscovo.
"Eu aprecio os esforços da Turquia. Milhões de toneladas de cereais foram exportados para o mercado mundial e os preços caíram. Alimentos foram entregues aos necessitados. Estamos gratos", reconheceu o líder da NATO.