Restos mortais de D. António Barroso trasladados este domingo para a Igreja de Remelhe
15-11-2019 - 06:55
 • Renascença

Urna será colocada num espaço especialmente preparado pelo arquiteto António Veiga Araújo, a fim de receber a visita dos devotos e admiradores do chamado “bispo dos pobres”.

A arquidiocese de Braga faz cumprir a vontade da Santa Sé, ao proceder, no domingo, à trasladação dos restos mortais de D. António Barroso, o chamado "bispo dos pobres", da capela-jazigo junto à entrada do cemitério da freguesia de Remelhe, no concelho de Barcelos, para a igreja local.

A cerimónia será presidida pelo arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, e pelo bispo do Porto, D. Manuel Linda. Os prelados integram um cortejo com familiares do falecido bispo missionário no antigo ultramar português e na diocese do Porto, que sairá, pelas 16h, do referido cemitério.

A urna será colocada no interior da igreja paroquial de Santa Marinha de Remelhe, num espaço especialmente preparado pelo arquiteto António Veiga Araújo, a fim de receber a visita dos devotos e admiradores do bispo missionário. É assim clarificada uma situação de potencial polémica, uma vez que o processo de beatificação de D. António Barroso está em curso

D. António Barroso foi missionário em Angola e no antigo reino do Congo. Foi também bispo em Moçambique e na Índia e na diocese do Porto, onde sofreu dois exílios durante a Primeira República.

Missionário cientista e missiólogo, D. António Barroso – que nasceu a 5 de novembro de 1854, em Remelhe, e faleceu no Porto, a 31 de agosto de 1918 – deixou linhas de orientação para a intervenção da Igreja Católica, nos territórios do Padroado português e no xadrez do mapa cor-de-rosa, no continente africano.

Terceira trasladação

Após a morte, e por vontade expressa deixada em testamento, o bispo do Porto decidiu regressar à sua terra natal. A urna foi transportada, em 4 de setembro, por caminho de ferro, para Barcelos. Velada na igreja matriz, seguiu, no dia seguinte, num carro de bois, para o cemitério de Remelhe.

Em 1927 fez-se nova trasladação. Do modesto sarcófago da família, a urna foi transferida para uma capela-jazigo, da responsabilidade do arquiteto Marques da Silva – o mesmo por exemplo, da Estação de São Bento e do Teatro São João, no Porto – e erguida por subscrição pública do jornal “O Comércio do Porto”, dirigido por Bento Carqueja.