O príncipe André, do reino Unido, vai abandonar as funções públicas a partir desta quarta-feira, na sequência da sua polémica amizade com Jeffrey Epstein, um milionário condenado por pedofilia que morreu na prisão, e de uma entrevista considerada desastrosa.
Num comunicado divulgado pelo Palácio de Buckingham, André declara que o escrutínio a que tem sido sujeito se tornou numa “grande perturbação” para o trabalho da família real e das obras de caridade associadas. “Por isso, perguntei a sua Majestade se podia retirar-me do serviço público no futuro próximo, e ela deu-me a sua permissão”, revela.
O terceiro filho da rainha Isabel II, que nega a ocorrência de um envolvimento com uma menor de idade, manifesta toda a disponibilidade para cooperar com as autoridades numa eventual investigação.
A notícia é conhecida horas depois de a empresa britânica de telecomunicações British Telecom (BT) e três universidades australianas anunciarem o corte de ligações com o príncipe André, fortemente criticado após ter dado uma entrevista no canal BBC sobre o caso Epstein.
Após a entrevista ao programa "Newsnight", da BBC, transmitida no último sábado, o filho da monarca de Inglaterra tem sido repreendido por não se ter distanciado do bilionário norte-americano Jeffrey Epstein, encontrado morto, em agosto, na cadeia onde estava detido enquanto aguardava julgamento sob acusações de tráfico sexual e abuso de menores.
André disse à BBC que nunca suspeitou do comportamento criminoso do bilionário norte-americano e contestou as acusações de uma mulher, alegadamente recrutada por Epstein, que afirma ter sido forçada a ter relações sexuais com o príncipe, quando tinha 17 anos.
A operadora BT anunciou que recusa continuar a apoiar um programa de financiamento de aprendizagem digital, o Inspiring Digital Enterprise Award (iDEA), caso o Duque de Iorque continue a ser o seu patrocinador.