Chegado a Myanmar, esta segunda-feira, o Papa encontrou-se esta manhã com o chefe das Forças Armadas do país, considerado um dos principais rostos da repressão sobre os rohingyas. Primeiro, o encontro não estava previsto no programa, entrou depois na agenda para se realizar daqui a dois dias, mas acabou se realizar logo à chegada do Papa.
Do lado das Forças Armadas do país, estiveram presentes no encontro quatro generais e um tenente-coronel. Do lado da Igreja Católica, esteve o Papa acompanhado por um tradutor da Igreja de Myanmar.
No fim do encontro, que teve uma duração aproximada de 15 minutos, o comunicado da Santa Sé refere que foi discutida "a grande responsabilidade das autoridades do país neste momento de transição".
Houve ainda oportunidade para uma troca de presentes, O Papa ofereceu uma medalha alusiva a esta viagem e os responsáveis militares ofereceram uma harpa em forma de arco e uma taça de arroz decorada.
Na terça-feira, Francisco tem reunião marcada com a primeira-ministra Aung San Suu Kyi, Prémio Nobel da Paz em 1991.
A repressão e perseguição à comunidade rohingya tem colocado as autoridades birmanesas, e a própria Nobel, debaixo de fortes críticas. No país, 91% da população é budista, os rohingya são uma minoria muçulmana.
Francisco é o primeiro Papa a visitar Myanmar, donde segue para o Bangladesh, país de maioria muçulmana e também no centro da crise humana da minoria rohingya.
Nesta viagem que decorre até sábado, dia 2 de Dezembro, o Papa vai percorrer mais de 17 mil quilómetros, numa agenda que inclui encontros com vários responsáveis políticos, líderes católicos e com o Conselho Supremo dos Monges Budistas de Myanmar.
[notícia actualizada às 13h14]
A Renascença com o Papa em Myanmar e no Bangladesh. Apoio: Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.