O candidato presidencial Vitorino Silva assinalou esta sexta-feira o final da campanha eleitoral na sua terra-natal, Rans, concelho de Penafiel, onde destacou que nunca teve padrinhos, mas conseguiu concorrer à Presidência da República "de igual para igual".
"Vim aqui para dizer que mesmo sem pai, e que nunca tive padrinhos, uma pessoa pode concorrer a Presidente da República de igual para igual", afirmou aos jornalistas.
O candidato falava num dos pontos mais altos da localidade, onde nasceu há 49 anos, o local onde disse ter visto o seu pai pela última vez, quando tinha nove anos.
"A campanha não ficava completa se eu não viesse aqui. Eu fiquei sem pai com nove anos de idade e nunca tive um psicólogo. Era aqui que vinha, no fundo, descarregar as baterias. Foi aqui que eu vi o meu pai pela última vez", contou, com a voz embargada.
Vitorino Silva fez uma caminhada pelas ruas principais de Rans, um "passeio higiênico", como lhe chamou, e insistiu que aquele gesto constituía uma homenagem à sua terra.
"Eu não tenho vergonha das raízes, não tenho vergonha dos meus e os meus estão aqui. Saí à rua, não pedi o voto a ninguém, porque tenho de estar em casa e isto é uma divisão da minha casa", anotou.
Questionado pelos jornalistas sobre se a pandemia prejudicou a sua campanha, respondeu que até saiu favorecido.
"Eu fui favorecido, porque se eu fosse por esse Portugal fora não conseguia chegar a toda a gente. Eu já ando na rua há 49 anos, a rua é o meu gabinete, é onde eu me sinto bem, é a minha tela, porque trabalho em chãos", disse, acrescentando: Pela internet, eu percebi que posso chegar a milhões que de outra forma não conseguia. Estou muito orgulhoso pela opção que tomei de ir para casa, como foram os portugueses".
O candidato também desvalorizou as sondagens que têm sido divulgadas e previu receber votos de portugueses de todo o mundo: "Eu não acredito em sondagens, eu acredito nas sondagens Quanto à possibilidade de a abstenção poder ser elevada no domingo, Vitorino Silva mostrou-se otimista: "Eu tenho a certeza que o pessoal vai votar, porque o povo vai sair à rua e vai desabafar, porque o povo quer gritar liberdade, dignidade e o povo está muito atento".
Sobre o resultado que espera nas urnas, recordou aos jornalistas que, "humildemente", pediu mais um voto que nas anteriores presidenciais.
"Eu acredito que mereço mais um voto", rematou.