Em Pevidém, o jogo da Taça de Portugal frente ao Benfica refaz o velho ditado. Em vez de "à terceira", "à quarta foi de vez", com a equipa do concelho de Guimarães a receber finalmente um dos grandes do futebol português, na terceira eliminatória da prova.
"Já estivemos várias vezes na terceira eliminatória e à quarta foi de vez. Saiu-nos um grande. É uma alegria, mas também uma grande responsabilidade porque temos de dignificar o nosso clube", começa por dizer, em entrevista a Bola Branca, o "team manager" dos "cavaleiros", atuais quartos classificados da série A do Campeonato de Portugal.
Os últimos dias têm sido de muito trabalho para José Luís Vieira, e seus pares, em estreita articulação com as diversas partes envolvidas na organização da partida: Benfica, Moreirense e Federação Portuguesa de Futebol. Muito pelo facto de o desafio ter sido transferido do recinto local para o estádio de Moreira de Cónegos (Parque de Jogos Comendador Joaquim de Almeida Freitas), com capacidade para cerca de cinco mil adeptos.
"Não podíamos jogar em Pevidém por questões de segurança. Tínhamos a alternativa do D.Afonso Henriques, a casa do Vitória [de Guimarães], mas consideramos que Moreira de Cónegos ia mais ao encontro da nossa realidade. A maioria serão adeptos do Benfica. Cerca de três mil benfiquistas e os restantes do Pevidém", revela o dirigente, que faz questão de agradecer a disponibilidade e altruísmo do clube cónego.
"O Moreirense abdicou da receita a nosso favor e suportou os custos. Que isso fique registado", sublinha, nesta entrevista à Renascença.
Um balneário de várias cores
Desde que saiu o Benfica em sorte, o Pevidém procurou alhear-se das luzes do mediatismo e focou-se no seu campeonato. Subiu mesmo na tabela, do sexto para o quarto posto.
Porém, há coisas difíceis de colocar de parte e, obviamente, foram as conversas em redor do encontro do próximo sábado que mais se escutaram no balneário. Um balneário de várias cores clubísticas.
"Temos vitorianos no plantel, pela proximidade, por sermos do concelho de Guimarães. Mas também temos sportinguistas, portistas e benfiquistas. Vamos tentar agarrar-nos às probabilidades mínimas que tenhamos, contra um Benfica que tem jogadores de dimensão mundial. E, naturalmente, durante estes dias, entram outro tipo de emoções no balneário. Os jogadores falam do jogo, claro, não podemos dizer que foram semanas normais porque não foram. Tivemos uma realidade completamente diferente da habitual", finaliza José Luís Vieira.