Os habitantes da península de Setúbal foram esta quarta-feira aconselhados a protegerem-se devido a elevados níveis de dióxido de enxofre no ar, na sequência do incêndio nas instalação da empresa Sapec.
Numa conferência de imprensa da Direcção-Geral de Saúde, o director-geral Francisco George esclareceu que crianças, idosos e doentes com problemas respiratórios crónicos ou cardiovasculares não devem sair de casa e fechar as janelas.
As recomendações surgem um dia depois de um incêndio num armazém de enxofre, numa fábrica em Setúbal. Mais de 24 horas depois do incêndio, continua a ser libertado dióxido de enxofre para a atmosfera, considerando Francisco George que as próximas 12 horas são as mais críticas.
O director-geral da Saúde frisou nas recomendações para os habitantes da península de Setúbal que devem evitar andar na rua e sobretudo os exercícios físicos ao ar livre e também os banhos em espaço aberto.
A conferência de imprensa para informar dos "potenciais riscos para a saúde humana" decorrentes da nuvem tóxica na zona de Setúbal juntou além de Francisco George responsáveis da Direcção Geral e da Agência Portuguesa do Ambiente, da Protecção Civil, do INEM e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera.
Os responsáveis disseram que a dificuldade em extinguir o incêndio e a mudança do vento levaram a que a nuvem não se dissipasse pelo que há "níveis elevados de dióxido de enxofre" no ar, embora até agora não tivesse sido comunicado qualquer caso de doença ou de sintomas derivados do problema.
Segundo o director-geral da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, a população tem de ser avisada quando no ar há mais de 500 microgramas de dióxido de enxofre por metro cúbico, sendo que, disse, esses valores foram superados e numa das estações de medição chegaram aos 900 microgramas.
Francisco George disse, no entanto, ter indicação do "avanço nos trabalhos que vão acabar com a combustão" e que tendo em conta as previsões meteorológicas o problema estará resolvido dentro de 12 horas. "Se não ficar resolvido vamos comunicar de novo", disse.
Apesar de a nuvem de dióxido de enxofre não estar a mover-se e das elevadas concentrações, Francisco George salientou que as pessoas correm poucos riscos se fizerem uma vida normal e especialmente se evitarem exercícios ou trabalhos que as façam respirar com mais frequência e intensidade.
Na terça-feira a Agência Portuguesa do Ambiente tinha dito que a nuvem de dióxido de enxofre se tinha deslocado para a região de Vila Franca de Xira, mas nas palavras de Francisco George essa situação foi ultrapassada.