As primeiras conclusões do sínodo diocesano de Lisboa, que decorre desde quinta-feira no Turcifal, em Torres Vedras, são apresentadas este domingo pelo patriarca D. Manuel Clemente.
Na abertura, D. Manuel Clemente foi claro quanto ao que pretendia desta assembleia sinodal: “Devemos acertar aqui, com base no que o documento de trabalho nos oferece, em critérios, opções e prioridades que, sendo de todos, também hão de ser para todos, como inspiração do sectorial ou local”.
O documento de trabalho foi apresentado aos 137 membros da Assembleia Sinodal, no passado dia 27 de Novembro, na Sé de Lisboa, e está dividido em três capítulos.
No primeiro, “uma mudança de época. Escutar o mundo e olhar a Igreja”, propõe “um olhar de fé e esperança para a sociedade onde se insere a Igreja de Lisboa”, e ainda neste capítulo, “conduz-nos para um olhar para a Igreja em vista à sua conversão pastoral e missionária”, referiu o padre Rui Pedro, secretário do Sínodo Diocesano.
O segundo capítulo, “Discernir com critérios evangélicos sobre a própria existência e experiência”, visa encontrar “critérios para a acção eclesial”.
“Aqui se encontram, numa primeira parte, princípios fundamentais para a acção eclesial e, numa segunda parte, oito critérios de discernimento e acção, tais como o critério familiar, o da unidade e o da autenticidade”, explicou.
O terceiro e último capítulo, “Não deixar tudo na mesma”, tem como foco a conversão pastoral e missionária.
Este capítulo “desafia à procura de uma mudança em várias dimensões da vida em Igreja: dimensão sacerdotal, profética, real e comunitária”, e “já aponta algumas opções concretas de evangelização, que nos poderão guiar nos próximos tempos”, disse.
Na abertura, o Patriarca referiu a diversidade da diocese, mas a necessidade de dar uma resposta a todas as realidades que esta integra. “São na verdade muito diferentes as condições duma paróquia rural doutra do termo ou da zona antiga de Lisboa; bem diversas as de uma capelania académica e outra hospitalar ou prisional; ou de uma empresa, colégio ou academia”, disse D. Manuel Clemente que sublinhou que o documento deve servir “para todos, como inspiração”.
A “constituição sinodal de Lisboa”, documento final, é anunciado na próxima quinta-feira, dia em que se celebra a solenidade da Imaculada Conceição, pelo Patriarca no mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
Este foi o primeiro sínodo que se realizou no patriarcado desde 1640.