Uma nova camélia que homenageia o vinho do Porto foi criada no âmbito de um concurso lançado pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) e a Associação Portuguesa das Camélias (APC), foi nesta quinta-feira anunciado.
O IVDP disse que o vencedor do concurso foi Rodrigo Leitão, do Viveiro das Camélias, sediado em Penafiel, e informou que a cerimónia de plantação de um exemplar da "Camellia japonica" vinho do Porto, no Jardim Botânico da Universidade do Porto, irá decorrer em março de 2023.
"Esta região tem uma ligação histórica às camélias, desde o século XIX, sendo alvo de vários escritos de homens ligados à viticultura do Douro", afirmou o presidente do IVDP, Gilberto Igrejas, citado em comunicado.
O responsável acrescentou que o concurso "promove e valoriza a camélia enquanto património biológico e cultural".
Nova camélia é uma "cultivar"
O certame teve como objetivo criar uma nova cultivar (termo que designa uma alteração híbrida provocada através de cruzamentos, enxertos, seleções ou outros processos que alteram as características da planta), através do género "camellia", que será inscrita no "International Camellia Register" (Registo Internacional de Camélias), sob o nome "Vinho do Porto".
"Como que homenageando a paixão que a cidade e o Douro vinhateiro têm pela espécie", salientou o IVDP.
O Douro e as camélias
O Porto e a região vinhateira do Douro são caracterizados por uma paixão por camélias, sendo a cidade um grande centro de difusão e berço de cultivares de origem portuguesa.
O vencedor do concurso criou a "Camellia japonica Vinho do Porto", com patente portuguesa, num exemplar com 15 anos que exibe flores vermelho-escuro, de tamanho médio e em forma de anémona.
Esta cultivar, segundo foi explicado, "resulta do cruzamento das "Camellia japonica Bokuhan" e "C. japonica Kokuryu", de origens tradicionais japonesas, criadas em 1719 e 1859, respetivamente".
O júri do concurso foi constituído por Gilberto Igrejas, António Filipe, em representação dos Exportadores de Vinho do Porto (AEVP), Rui Paredes, pela parte dos viticultores da Região Demarcada do Douro (representado por Ana Brochado Coelho), Clara Gil de Seabra, em nome da APC e Paulo Farinha Marques, diretor do Jardim Botânico do Porto.
A APC, constituída em 2008, é uma associação sem fins lucrativos que promove a salvaguarda das camélias como património biológico e cultural país.
O IVDP tem por missão promover o controlo da qualidade e quantidade dos vinhos do Porto, regulamentando o processo produtivo, bem como a proteção e defesa das denominações de origem Douro e Porto e indicação geográfica Duriense.