O Papa assistiu na noite de sexta-feira, no Vaticano, à projeção de um documentário sobre o primeiro ano da guerra na Ucrânia, após a invasão da Rússia, e cumprimentou algumas das pessoas apresentadas pela obra.
“Não tenhamos vergonha de sofrer e de chorar, porque uma guerra é a destruição, uma guerra diminui-nos sempre. Que Deus nos faça compreender isso”, disse aos presentes, numa intervenção divulgada pelo portal "Vatican News".
Francisco acompanhou a projeção na última fila, na Sala Nova do Sínodo, sentado junto a uma criança; a sessão especial, promovida pelo Vaticano, destinava-se a refugiados, pessoas desfavorecidas e membros da comunidade ucraniana de Roma, acompanhados pelo cardeal Konrad Krajewski, esmoler pontifício.
“Hoje cumpre-se um ano desta guerra: olhemos para a Ucrânia, rezemos pela Ucrânia e abramos o nosso coração à dor”, apelou.
O documentário “Freedom on Fire: Ukraine’s Fight for Freedom” (Liberdade debaixo de fogo: a luta da Ucrânia pela liberdade) é assinado pelo realizador Evgeny Afineevsky, nascido na Rússia, que em 2020 apresentou uma obra sobre o pontificado de Francisco.
No final da projeção, o Papa tomou a palavra para dizer que, “quando Deus fez o homem, pediu que cuidasse da terra, a fizesse crescer e a tornasse bela”.
“O espírito da guerra é o contrário: destruir, destruir, não deixar crescer, destruir todo mundo: homens, mulheres, crianças, idosos, todos”, lamentou.
A intervenção concluiu-se com uma oração: "Pai Santo, que estás nos céus: olha para as nossas misérias, olha para as nossas feridas, olha para a nossa dor, olha também para o nosso egoísmo, os nossos interesses rasos e a capacidade que temos de nos destruirmos. Cura, cura o nosso coração, cura a nossa mente, cura os nossos olhos, para que possamos ver a beleza que Tu fizeste e não a destruamos com o egoísmo. Semeia em nós a semente da paz. Ámen."
Antes de voltar para a Casa Santa Marta, onde reside o Papa conversou e saudou os presentes, entre as quais a mãe de um dos soldados barricados no siderúrgica de Azovstal de Mariupol, depois capturado por soldados russos e ainda prisioneiro.