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Fernando Pimenta ainda tenta cair em si - os últimos dias têm sido frenéticos - e o canoísta, à chegada a Portugal, revela que só agora se apercebeu de quão perto ficou da prata. Foram 47 milésimos. Mas o tempo agora é outro e o quinto atleta português a conquistar duas medalhas olímpicas (a primeira, de prata, foi em Londres 2012) sabe que o seu nome já tem lugar reservado na história do desporto nacional.
No entanto, o atleta de Ponte de Lima, habituado a escalar pódios, tem muita motivação para alcançar um lugar ainda mais exclusivo.
"Já estava na história, mas acho que ainda posso acrescentar alguma coisa ao currículo olímpico (...) Este pódio é um marco importante e sinto-me capaz de continuar a conquistar resultados e medalhas para portugugal. O combustível que tenho é nunca estar satisfeito", diz Fernando Pimenta, em declarações aos jornalistas, no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
Naturalmente "feliz" pela medalha, o canoísta reconhece que "ainda está a sentir o peso" do que alcançou, mas entende já que o esforço dedicado ao trabalho compensa e espera poder ser inspirador.
"A medalha da minha vida já a tenho, que é a minha filha. Tudo o que vier na minha vida desportiva será um acrescento. Ela vai orgulhar-se muito quando chegar à escola e disser que o pai conquistou estas medalhas. Não só a ela, mas tento criar aos mais novos esse incentivo. Espero que os mais novos encontrem o seu caminho e que trabalhem para atingir os seus objetivos".
O sal de Pimenta é o sucesso e depois do bronze em Tóquio, em K1 1000 metros, o atleta português não vai arrumar a canoa e a pagaia. Terá uns dias para fazer um descanso ativo, para estar com a família, mas já há trabalho num horizonte muito próximo.
"A curto prazo tenho o Campeonato do Mundo em setembro. Tenho rédea solta até ao final da semana, não descanso completo, mas mais tranquilo, e a seguir é trabalhar para o Mundial. Depois, sim, vou descansar e preparar a próxima época", planeia com o bronze ao peito.