Médico de Diego Maradona investigado por alegado homicídio por negligência
29-11-2020 - 18:17
 • Renascença

Filhas do antigo futebolista argentino pediram investigação às prescrições médicas de Leopoldo Duque. Polícia realizou buscas ao domicílio e à clínica privada do médico.

A polícia argentina realizou buscas à residência e ao consultório do médico de Diego Maradona, Leopoldo Duque, este domingo, por suspeitas de alegado homicídio por negligência, segundo avança a imprensa local.

O antigo futebolista morreu na quarta-feira, aos 60 anos, devido a insuficiência cardíaca aguda. A justiça argentina abriu investigação ao médico após declarações das filhas de Maradona, que pediram uma revisão das prescrições médicas que Luque, de 39 anos, e a equipa receitaram ao seu pai, nos últimos meses de tratamento em várias clínicas e após a cirurgia de remoção de um coágulo do cérebro.

A justiça argentina não confirmou o propósito das buscas. No entanto, em comunicado, admitiu que estão a ser investigadas possíveis irregularidades no internamento domiciliário de Maradona. Além de ter procurado os relatórios clínicos elaborados por Leopoldo Duque, os promotores pretendem ter acesso ao registo telefónico.

Médico pessoal de Maradona colabora


Foi Leopoldo Duque quem chamou uma ambulância à residência de Maradona, ainda que não se encontrasse no local, quando este se sentiu mal. O médico deverá ser chamado a prestar declarações em tribunal entre a tarde deste domingo e a manhã de segunda-feira.

Confrontado pela imprensa argentina sobre o caso, Duque garantiu que não tem "nada a ocultar" e que está a cooperar com as autoridades.

O médico defendeu-se, em lágrimas, questionando se seria responsável "por amá-lo, tomar conta dele, prolongar a sua vida, pô-lo melhor até ao fim"?.

"Sou a pessoa que tomou conta dele desde a operação. Tenho orgulho de tudo o que fiz, não tenho nada a esconder e estou ao dispor da Justiça", acrescentou.

Maradona já tinha apresentado sinais preocupantes no início de novembro, quando teve de ser internado por anemia, desidratação e baixo estado anímica. No hospital, foi-lhe detetado um coágulo no cérebro (hematoma subdural) e teve de ser operado de urgência.

A 12 de novembro, o antigo internacional argentino teve alta médica e foi transportado para prosseguir tratamento para a adição ao álcool, para uma casa nos arredores de Buenos Aires, onde viria a falecer.

[notícia atualizada segunda-feira, às 9h58, com declarações do médico Leopoldo Duque]