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A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, diz que há lições a aprender com a etapa da Fórmula 1 que decorreu no passado fim-de-semana no Algarve.
A prova teve alguns problemas a nível de cumprimento das orientações de saúde, nomeadamente com aglomerações em duas bancadas no sábado, durante os treinos, e com pessoas a terem de ser redistribuídas no domingo, por excesso de lotação de algumas das bancadas.
Na conferência de imprensa diária da Direção-geral da Saúde, esta segunda-feira, Graça Freitas explicou que foram tidas várias coisas em consideração quando se deu luz verde à realização da prova com público em Portimão.
Graça Freitas sublinha que esta doença tem “enorme impacto na vida social e económica” do país e que numa situação desta “o que fazemos é analise risco concreto para situações concretas.”
Analisados os mapas de risco, as condições do autódromo e da rede de hotelaria da região, a DGS concluiu que não haveria risco. Recorde-se que o Algarve tem sido sistematicamente uma das regiões com menos casos de Covid-19, esta segunda-feira, por exemplo, teve apenas 27.
“Em termos de condições do autódromo, havia várias coisas a favor. Além de ser um acontecimento que não se repetirá nos próximos tempos, tem bons acessos que permitem aceder com segurança às bancadas, sem constrangimentos e encontros grandes entre as pessoas. Proibimos os peões e nas bancadas impusemos regras, obrigando a dividir por setores, por forma a que cada setor fosse isolado, com lotação limitada e com distância entre as pessoas.”
Acresce que o evento era ao livre, o que também é considerado benéfico. “Foi com estes pressupostos que a DGS analisou, e mesmo assim reduzimos milhares de lugares, sendo que o autódromo pode ter cerca de 100 mil pessoas”, explicou Graça Freitas.
A diretora-geral diz ainda que a DGS teve por base as experiências positivas anteriores da Festa do Avante e das cerimónias do 13 de outubro em Fátima, bem como testes piloto no futebol “que correram de forma exemplar”.
“Foi com este espírito, sabendo do impacto social, que autorizámos a realização o evento. Houve coisas que correram bem e coisas que correram menos bem. No dia dos treinos a maior parte das bancadas cumpria as regras e duas delas não cumpriam. O que é que se fez? Foi exatamente alterar a situação das duas bancadas mais problemáticas, transferindo as pessoas para outro setor”, explica.
Graça Freitas explica ainda que há lições a aprender com a Fórmula 1, nomeadamente ou restringir os eventos em si, ou limitar ainda mais o número de participantes.
Contudo, a responsabilidade final é sempre do próprio cidadão. A responsabilidade última é dos cidadãos, nós é que temos a responsabilidade de respeitar a distância. Se um banco diz não sentar aqui, é bom não sentarmos ali. Há aqui uma responsabilidade dos cidadãos, alguma da organização e alguma da DGS. Se queremos ter mais controlo sobre os imponderáveis teremos de ter menos gente nos eventos”, conclui Graça Freitas.
Contudo, apesar de nem tudo ter corrido da melhor forma, a diretora-geral diz que não acredita que tenha sido um problema grande. “Não me parece que a situação tenha sido catastrófica, não foi. Dali não irá acontecer algum acontecimento muito dramático.”