A Associação Nacional de Sargentos diz que não está "totalmente satisfeita" depois dos anúncios do governo que, na tarde desta sexta-feira, anunciou aumentos no suplemento de missão dos militares portugueses.
Em declarações à Renascença, António Lima Coelho, presidente da associação, afirma que está "profundamente incomodado" por nunca ter sido ouvido por este governo, e diz que o ministro da Defesa, Nuno Melo, "sabe que não é verdade" que a organização que representa os Sargentos tenha sido recebida pelo executivo.
Sobre o reforço do suplemento, que pretende equiparar os militares portugueses às forças de segurança, que foram também alvo de melhorias nas condições salariais, António Lima Coelho diz que "vamos continuar a ter militares de primeira e de segunda".
A Associação Nacional de Sargentos vinca que "a forma como isto [o aumento] foi transmitido não é totalmente positiva porque vamos continuar a ter militares que recebem mais de suplemente do que outros recebem de vencimento".
Oficiais das Forças Armadas: medida positiva, mas não resolve problemas de fundo
Por sua vez, a Associação de Oficiais das Forças Armadas considera que as medidas, anunciadas esta sexta-feira, são "positivas" mas não conseguem resolver nenhum problema estrutural das Forças Armadas.
Também à Renascença, o comandante Carlos Marques diz que não partilha a alegria do ministro da Defesa, que deu voz às medidas anunciadas.
"É um passo positivo, não negamos. Mas a felicidade do anúncio não é propriamente sentida pelos Oficiais, e seguramente pela generalidade dos militares", defendeu o presidente do Conselho Nacional da Associação de Oficiais das Forças Armadas.
Os Oficiais das Forças Armadas consideram que estes aumentos não vão resolver a falta de recursos humanos, nem o abandono de muitos militares desta carreira.
"Não vão servir, quase de certeza, para melhorar o recrutamento. E nenhuma delas vai garantir a retenção dos militares nas Forças Armadas", defende o comandante Carlos Marques.
O comandante Carlos Marques garante que não quer tirar protagonismo ao ministro da Defesa, pede uma mudança de atitude daqui para a frente.