A campanha de cereais vai ter em 2018, pelo quinto ano consecutivo, uma diminuição de área instalada, prevendo-se "a pior dos últimos 100 anos", de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta terça-feira .
No que respeita aos cereais de outono/inverno - que incluem trigo, cevada, centeio, aveia, triticale -, "as atuais previsões refletem uma redução da área, pelo quinto ano consecutivo, e posicionam a campanha de cereais de pragana como a pior dos últimos 100 anos", segundo as previsões agrícolas do INE de janeiro.
"O mês de janeiro caracterizou-se, em termos meteorológicos, como quente e seco. O valor médio da temperatura
média do ar (9,0ºC) foi superior à normal em 0,2ºC e a quantidade de precipitação foi cerca de 65% da normal", lê-se na nota do INE.
O mesmo documento nota que a "escassa precipitação ocorrida ao longo do mês não foi suficiente para se registarem aumentos significativos das reservas hídricas nem, em muitos casos, para garantir teores de água nos solos próximos dos valores habituais". O INE garante ainda que "subsistem situações de dificuldade de abeberamento dos efetivos animais e, numa altura em que se inicia o planeamento das culturas de primavera/verão, e face à evolução pouco favorável do estado do tempo, começam a ser equacionadas opções de realização de culturas alternativas, com menores necessidades hídricas".´
Em sentido contrário, o INE prevê que a campanha de azeite seja 25% superior à do ano passado.
"No olival para azeite prevê-se uma produção de azeitona 25% superior à da campanha anterior e 11% acima da média
do último quinquénio. As condições meteorológicas foram benéficas na fase da floração e vingamento, originando uma
carga inicial de azeitona muito elevada", refere.
No fim do mês de Janeiro, quase 56% do território português estava em situação de seca severa, tendo-se verificado nesse mês um valor médio da temperatura máxima superior ao normal em mais de 13 graus. Segundo o boletim climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), no final do mês passado, quase 40% do país estava em seca moderada e 4,5% em seca fraca.