Santa Sé está sempre disposta a mediar, reafirma cardeal Parolin
14-03-2022 - 11:59
 • Ângela Roque , com Vatican News

“Estamos todos consternados diante desta guerra sem sentido”, afirmou o Secretário de Estado do Vaticano em entrevista a um canal de televisão italiano, lamentando que os contatos que manteve nos últimos dias com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo não tenham dado quaisquer resultados.

O cardeal Pietro Parolin garantiu que continua válida a disponibilidade da Santa Sé para mediar o fim do conflito na Ucrânia. Entrevistado, no domingo, no programa "Stanze vaticane" do canal all News, o Secretário de Estado do Vaticano comentou os últimos acontecimentos da guerra e falou da ação diplomática da Santa Sé neste momento.

O cardeal disse que falou pessoalmente, nos últimos dias, com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, mas do lado russo "não houve sinais até agora".

“Não é importante que a oferta da Santa Sé seja aceite, o importante é que se ponha fim a tudo o que está acontecendo", afirmou o cardeal, que disse esperar que outros contactos e mediações em curso possam dar fruto.

O responsável pela diplomacia do Vaticano garantiu que a Igreja está empenhada e a “trabalhar muito” pela paz, e deu como exemplo as diversas iniciativas de oração, a solidariedade, os contatos contínuos com o núncio em Kiev, a deslocação de dois enviados especiais do Papa ao terreno, e os repetidos apelos de Francisco, que no Angelus deste domingo deixou o apelo emocionado: “Em nome de Deus, peço-vos: parai este massacre!”.

Para além destas palavras “fortes e incisivas”, o Papa estava “particularmente entristecido, e só pode ser assim. Estamos todos aflitos e consternados diante desta guerra que não faz qualquer sentido”, afirmou o cardeal, que lembrou que também na Rússia há muitos movimentos pela paz, e esse é um “sinal de esperança”.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.